Febre Oropouche: uma ameaça emergente na saúde pública
Como se não bastasse a epidemia de dengue que assola todo o país, e a incidência, ainda grande, da chikungunya e da febre Zika, todas transmitidas pelo mosquito aedes egypti, o Ministério da Saúde vem alertando para a ocorrência de casos de febre Oropouche, também transmitida por um mosquito, Culicoides paraenses, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora.
A febre é uma doença viral, causada pelo vírus Oropouche (OROV) e é uma doença endêmica em países da América do Sul, onde surtos sazonais são comuns, afetando principalmente áreas rurais e urbanas próximas a florestas tropicais.
Os sintomas da febre Oropouche são semelhantes aos da dengue e da febre chikungunya, incluindo febre, dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas e vômitos, fazendo com que o diagnóstico correto às vezes seja difícil, exigindo exames sorológicos específicos e, em consequência, haja subnotificação dos casos.
Eventualmente podem ocorrer complicações neurológicas, como meningite e encefalite, exigindo internação, embora na maioria dos casos a evolução seja boa, com os sintomas desaparecendo em duas semanas.
Não há um tratamento específico para a doença e a medicação é feita conforme os sintomas apareçam, para controlar, por exemplo, dor, febre, náusea ou vômito.
Embora a febre Oropouche seja geralmente autolimitada e os sintomas desapareçam em algumas semanas, casos graves podem exigir hospitalização e tratamento sintomático para aliviar os sintomas. Não há vacina disponível atualmente para prevenir a infecção por OROV, portanto, a prevenção se concentra no controle de vetores e na redução da exposição a mosquitos.
Recentemente, têm sido observados aumentos nos casos de febre Oropouche, possivelmente devido a fatores como o desmatamento e as mudanças climáticas, que favorecem a proliferação de vetores. Isso ressalta a importância da vigilância epidemiológica e do monitoramento de doenças emergentes para uma resposta eficaz em saúde pública.
Por isso a febre Oropouche representa uma preocupação crescente para a saúde pública, especialmente em regiões tropicais da América do Sul. É essencial implementar medidas de prevenção, controle de vetores e pesquisa contínua para entender melhor a doença, a fim de mitigar seu impacto na população.