Saúde

Artigos e notícias sobre saúde.

Febre Oropouche: crescimento no Brasil preocupa

Nova variante mais transmissível foi detectada
Compartilhe: Twitter Facebook Windows Live del.icio.us Digg StumbleUpon Google

A febre Oropouche, uma arbovirose pouco conhecida pela maioria da população brasileira, tem ganhado espaço nas discussões de saúde pública devido ao aumento expressivo de casos no país nos últimos anos. Esse avanço epidemiológico acendeu um alerta em autoridades sanitárias, especialmente após estudos identificarem que duas variantes do vírus Oropouche se recombinaram, dando origem a uma versão mais adaptada e possivelmente mais transmissível do patógeno.

O que é a febre Oropouche?
A febre Oropouche é uma doença viral, causada pelo vírus oropouch, e é transmitida principalmente por mosquitos, especialmente pelo Culicoides paraensis, ou mosquito-pólvora, além de outros vetores ainda em estudo. 

Os sintomas são semelhantes aos da dengue, zika e chikungunya, como febre alta, dores musculares, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manifestações neurológicas, como meningite viral.

Apesar de historicamente restrita a áreas da Amazônia e da região Norte do Brasil, a febre Oropouche tem apresentado expansão geográfica considerável e pesquisas recentes conduzidas pela Fiocruz e outras instituições de pesquisa revelaram que duas variantes distintas do vírus Oropouche, que circulavam isoladamente em diferentes regiões da Amazônia, passaram por um processo de recombinação genética. Esse fenômeno ocorre quando dois vírus infectam a mesma célula e trocam segmentos de seu material genético, resultando em uma nova linhagem viral.

A nova variante apresenta características que preocupam os cientistas, como a maior eficiência de replicação no vetor, aumentando sua capacidade de se multiplicar nos mosquitos transmissores, possível aumento da infectividade em humanos, o que explicaria o crescimento no número de casos em áreas anteriormente livres da doença e ainda maior resistência ambiental, permitindo que o vírus sobreviva por mais tempo em diferentes condições climáticas.


A chegada do vírus a regiões urbanas é um fator especialmente preocupante e os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam um aumento de mais de 300% nos casos confirmados de febre Oropouche no Brasil em relação ao ano anterior. Autoridades sanitárias associam esse crescimento diretamente à emergência da nova linhagem resultante da recombinação das variantes.

Desafios para o controle da doença
Um dos maiores desafios enfrentados no combate à febre Oropouche é a sua semelhança clínica com outras arboviroses, como dengue, chikungunya e zika. Muitas vezes, os pacientes não são corretamente diagnosticados, o que faz com que haja subnotificação, dificultando a contenção dos surtos.

Além disso, não há vacinas ou antivirais específicos para combater a febre. O tratamento é sintomático, focado no alívio dos sintomas. A prevenção depende principalmente do controle de vetores, uso de repelentes, instalação de telas e redução de ambientes propícios à reprodução dos mosquitos.

Com o avanço da doença, pesquisadores estão correndo contra o tempo para entender melhor os mecanismos de transmissão da nova variante e desenvolver estratégias de controle mais eficazes. Estudos estão sendo conduzidos para avaliar a possibilidade de criação de vacinas, bem como para identificar outros potenciais vetores que possam estar facilitando a disseminação do vírus em áreas urbanas.

O Ministério da Saúde também está reforçando campanhas de conscientização, capacitando profissionais de saúde para o diagnóstico e monitoramento da febre, especialmente nas regiões onde os casos estão em crescimento.

Fique de olho! Proteja-se contra mosquitos, pois são vetores de transmissão de diversas doenças.

Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso site. Ao continuar, você concorda com nossa política de privacidade.