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Black Friday

27/11/2025
Um alerta para consumo mais consciente

A Black Friday é hoje um dos eventos comerciais mais aguardados do ano. Realizada sempre na última sexta-feira de novembro, logo após o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos (Thanks Giving),ela surgiu como um momento estratégico para o varejo. O feriado é uma festa em que os americanos geralmente trocam presentes e muitas vezes o comércio ficava com estoques de mercadorias que não haviam sido vendidas. Então,os comerciantes tentavam atrair consumidores fazendo promoções para acabar com os estoques acumulados, oferecendo descontos agressivos para abrir espaço para os produtos de Natal.

O termo “Black Friday” começou a circular nos Estados Unidos na década de 1960, especialmente na cidade de Filadélfia. Inicialmente, policiais usavam a expressão de forma negativa para descrever o caos no trânsito e o aumento do fluxo de pessoas no centro comercial após o feriado. Com o tempo, essa movimentação se tornou uma oportunidade para os lojistas: transformaram o dia de multidões nas ruas em um festival de promoções, esvaziando estoques e elevando o volume de vendas. Assim, a expressão passou a simbolizar o momento em que as contas das lojas saíam do “vermelho” (prejuízo) e entravam no “preto” (black- lucro).

No Brasil, a Black Friday começou oficialmente em 2010, inicialmente como uma iniciativa exclusivamente online. A partir de 2012, lojas físicas passaram a aderir, e o evento ganhou proporção nacional. Hoje, praticamente todos os setores participam — eletrônicos, roupas, supermercados, turismo e até serviços. Entretanto, a popularização trouxe também problemas: falsas promoções, preços inflados antes da data e golpes pela internet alimentaram a crítica apelidada de “Black Fraude”.

Por isso, é essencial que o consumidor esteja atento antes de aproveitar as ofertas. Um dos primeiros cuidados é verificar o histórico de preços para saber se o desconto é real. Sites comparadores e plataformas de monitoramento ajudam a identificar tentativas de enganar o consumidor.

Também é importante conferir a reputação da loja e evitar páginas suspeitas. Pesquisar avaliações, verificar CNPJ e desconfiar de preços exageradamente baixos contribui para compras mais seguras. No ambiente virtual, usar apenas sites com conexão segura — identificada pelo cadeado ao lado do endereço — e evitar links enviados por mensagens ou redes sociais protege contra golpes.

Outro ponto fundamental é conhecer a política de trocas e devoluções. Compras feitas online garantem ao consumidor o direito de arrependimento em até sete dias após o recebimento do produto. Já nas lojas físicas, a troca depende da política do estabelecimento, exceto em casos de defeito.

E atenção também aos planos de financiamento. Verifique os juros cobrados, prestando atenção nas taxas praticadas.

Além dos cuidados, é importante refletir sobre as armadilhas do consumismo. A Black Friday, quando guiada apenas por impulso, pode gerar endividamento, acúmulo de produtos desnecessários e impactos ambientais pelo aumento do descarte. Para evitar excessos, recomenda-se elaborar uma lista de necessidades reais e definir um limite de gastos antes do evento. Perguntas como “vou usar isso daqui a seis meses?” ou “preciso disso ou só desejo porque está barato?” ajudam a diferenciar necessidade de impulsividade.

Por fim, quando encarada com planejamento e consciência, a Black Friday pode ser uma oportunidade verdadeira — tanto para adquirir produtos úteis quanto para economizar. Consumir com responsabilidade é o melhor caminho para aproveitar o evento, transformar descontos em economia real e evitar cair nas ciladas que transformaram a data, por vezes, em uma “Black Fraude”.

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