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Síndrome de Burnout

Incide em profissionais envolvidos com tarefas que exigem contato intenso com pessoas.
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Muito provavelmente você já viu publicações fazendo referência a uma síndrome, de nome bastante esquisito, associada aos professores: Síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por completo). É bem provável, também, que já tenha pensado em procurar seu significado, ao chegar em algum lugar onde pudesse obter informações, mas acabou esquecendo, naturalmente. 
 
Ao contrário do que imaginamos, essa síndrome não acomete só professores, como explica uma especialista no assunto, a psicóloga e pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ, Gisele Cristine T. M. Levy:
 
A Síndrome de Burnout é um tipo de stress ocupacional. Incide em profissionais envolvidos com tarefas que exigem contato intenso com pessoas, o que provoca esgotamento emocional, refletindo-se sobre a autoestima, gerando sentimentos de frustração e exaustão relacionados ao exercício da atividade profissional
 
A Síndrome afeta, de forma trágica, profissionais de diversas áreas, em particular os professores que, pela força do exercício da profissão, estão mais expostos aos efeitos do burnout”.
 
Considerada uma epidemia, esta Síndrome, vem assumindo proporções mundiais. Segundo pesquisadores do Canadá, quase um terço dos professores de Quebec estão afastados de suas funções, devido aos efeitos do burnout.

A Síndrome incide, sobretudo, em indivíduos altamente motivados e jovens, que reagem ao stress laboral intensificando suas atividades, até entrarem em colapso. Alguns pesquisadores afirmam que esse stress se dá em consequência desses profissionais não terem ainda aprendido a lidar com as frustrações e com as tensões diárias decorrentes da profissão.

Ameaçados em sala de aula
 
Segundo Gisele Levy, os sintomas são... 

Exaustão emocional, exatamente quando o profissional sente que não pode dar mais de si  no nível afetivo, devido ao contato diário com os problemas. Despersonalização, estágio em que desenvolve sentimentos e atitudes negativas e de cinismo em relação às pessoas destinatárias do trabalho (usuário, clientes, alunos), apresentando endurecimento afetivo, coisificação da relação. E, também, baixa realização pessoal no trabalho, chegando a afetar a habilidade para a realização das tarefas e o atendimento ou o contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização dele”.

Ainda de acordo com a psicóloga, o tratamento se dá por classificação de programas que podem ser preventivos ou interventivos:

A classificação irá depender da fase da doença em que o programa for aplicado. São elas: primária, quando a preocupação é a redução dos fatores de risco de burnout, antes mesmo que estes fatores sejam percebidos como tal; secundária, quando já existe a percepção do burnout, sem que tenha, contudo, desencadeado sintomas; e a terciária: quando já existem sintomas efetivos”.

Quanto à prevenção, continua Gisele, “ela deve englobar, primordialmente, a problemática educacional e o sistema de ensino–aprendizagem.

Na intervenção direta, deve-se realizar constante autoavaliação do profissional, com o objetivo de aperfeiçoar sua formação, além de procurar compreender mais profundamente o educando e sua realidade. Já na indireta, deve-se implementar a aquisição de estratégias de enfrentamento para lidar com a síndrome”.


E acrescenta: “É  importante ressaltar que as medidas de intervenção, em qualquer abordagem, devem visar encontrar no indivíduo recursos para minimizar os efeitos negativos da síndrome”.

Na análise do índice de frequência da síndrome em professores da rede pública do ensino fundamental, Gisele Levy, que concluiu mestrado sobre o tema na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, identificou que 70% dos professores de cinco escolas de Niterói apresentavam sintomas da Síndrome de Burnout, caracterizada por exaustão física e emocional. 
 
Dentre os participantes portadores da doença, 85 % apresentavam a síndrome por se sentirem ameaçados em sala de aula.

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