Você conhece a alfarroba?
A alfarroba, nome derivado do árabe Al Karrub, que significa “a vagem”, é o fruto da alfarrobeira (Ceratonia siliqua L.). É cultivada desde a antiguidade em muitos países da bacia mediterrânea, normalmente, em locais secos e com solos pobres.
Do fruto da alfarrobeira tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ainda ligada à semente, de onde é extraída a goma, constituída por hidratos de carbono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante, com múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética.
A farinha (ou pó) de alfarroba (carob powder), obtida pela trituração e posterior torrefação da polpa da vagem, serve para substituir o cacau. A farinha de alfarroba e o cacau têm algumas semelhanças no sabor e na cor, mas são produtos diferentes, que devem ser avaliados pelas suas características próprias e não apenas por comparação.
O conteúdo de açúcar e de gordura da farinha de alfarroba é menos prejudicial à saúde do que o do cacau. Enquanto este possui até 23% de gordura e 5% de açúcar, veja a média dos componentes da farinha de alfarroba:
- 48 a 56% de açúcares naturais (sacarose, glucose, frutose e manose)
- 18% de fibra (celulose e hemicelulose)
- 0,2 a 0,6 de gordura
- 4,5 de proteína
- 352mg a 100g de cálcio
Por conta dessa composição, ao utilizar a farinha de alfarroba numa receita, é preciso retirar 1/4 da quantidade de açúcar, adicionar um pouco mais de gordura e colocar mais uma ou duas colheres de sopa de líquido. As fibras da farinha de alfarroba são muito hidrófilas, ou seja, absorvem uma boa parte do líquido da receita. Também, por este motivo, os bolos com alfarroba mantêm-se macios por mais tempo.
Se o objetivo for substituir o chocolate, deve-se adicionar também uma pitada de canela.
Elementos nutricionais funcionais
A vagem da alfarroba e o extrato das folhas (6,28 mg/g folhas e 1,36 mg/g extrato)
contêm agentes antiproliferativos (do câncer) que podem ter ação importante no desenvolvimento de alimentos funcionais ou drogas quimiopreventivas. Neles foram observados a presença de epigalocatequinas, epicatequinas e proantocianidinas, substâncias bastante antioxidantes. Alguns estudos com cobaias mostraram redução de tumores com o consumo de alfarroba.
Em outros estudos, realizados com diabéticos, o consumo de alfarroba evidenciou a redução do índice glicêmico.
A quem se destina a alfarroba?
- aos que buscam hábitos saudáveis, que incluam nutrientes funcionais
- aos diabéticos, hipertensos e com risco de doença cardiovascular
- a todos que desejam emagrecer
- às pessoas que são alérgicas ao chocolate e/ou a cafeína
OBS: Maribel Gonçalves de Melos é nutricionista