Efeito Platô
Quando pensamos em emagrecimento logo nos vem à cabeça, diminuir a quantidade de comida, quanto menos melhor! Será?
O que não sabemos é que quando essa diminuição é excessiva, podem ocorrer diversas alterações metabólicas, como a deficiência de ferro, que além de causar anemia aumenta o stress oxidativo, que pode levar ao aumento da hemoglobina glicada. Níveis baixos de vitamina B12, B9 e B6 levam a um aumento de homocisteína e temos que pensar que restrição calórica severa pode levar a um aumento de cortisol. Além disso restrição calórica severa está relacionada aos níveis de serotonina e melatonina, que estão ligadas ao humor e sono. A tireoide também é impactada quando temos deficiência de diversos micronutrientes como magnésio, ferro e iodo.
Cansaço em excesso, fadiga, falta de sono, mau humor, constipação, queda de cabelo e baixa libido são alguns sintomas que podemos perceber em quem está com esse excesso de restrição. A restrição calórica é fundamental para o emagrecimento, mas deve ser calculada e não deve ser severa, pois o impacto para a saúde é imenso.
Além de todos esses problemas importantes na saúde, o chamado efeito platô, que é a resistência que o organismo tem em perder peso é um dos mais conhecidos efeitos de uma dieta altamente restritiva. Além de “bloquear” a perda de peso, o efeito platô tem outras consequências para o organismo, como a redução da sensibilidade à leptina (hormônio que ajuda a regular a fome), aumento do cortisol, alterações tireoidianas nos níveis de T3 e T4. Além de parar o emagrecimento também ocorrem outros sintomas como alterações nos padrões de sono, constipação, queda de performance, ansiedade, aumento da fome hedônica (mais conhecida como “vontade de comer”, não é a fome física) e um gasto energético mais baixo identificado a partir de uma baixa taxa metabólica de repouso.
A consequência após esses sintomas se manifestarem é o reganho de peso. Portanto, procure um nutricionista para fazer sua estratégia alimentar levando em consideração todos esses sintomas. A distribuição calórica ao longo do dia é bem importante, tendo em vista o efeito térmico dos alimentos que é maior durante o dia e menor à noite, podendo alterar os níveis de cortisol, prejudicando a regulação de fome e saciedade. É interessante também fazer um treino resistido de musculação, que pode ajudar a aumentar a taxa metabólica basal em repouso.