Diverticulite e a nutrição
A diverticulite é uma doença inflamatória benigna e considerada endêmica, ou seja, ela é frequente na população, além de apresentar boa resposta ao tratamento clínico e bom prognóstico para a maioria dos casos. É decorrente da inflamação de pequenas bolsas (divertículos) formadas nas paredes do cólon devido à constipação intestinal, gerando retenção das fezes ou dificuldade na sua evacuação. Essa enfermidade pode causar distensão, náuseas, vômitos, constipação ou diarreia, calafrios e febre. Nos últimos anos a frequência de diverticulite tem aumentado e apesar de apresentar bom prognóstico quando tratada, como os pacientes demoram muito para procurar atendimento médico é representada como uma causa importante para os índices de mortalidade e morbidade.
Para indivíduos que não apresentam sintomas é importante recomendar um estilo de vida saudável, como praticar regularmente atividades físicas e uma dieta rica em fibras, com hortaliças e frutas. A fibra, solúvel e insolúvel, está associada com a diminuição dos riscos da diverticulite. Uma alimentação rica em fibras e pobre em gorduras e carne vermelha diminui os riscos de diverticulite. As fibras alimentares são capazes de armazenar água, aumentar a massa luminal e diminuir a pressão intestinal, podendo assim, reduzir os sintomas e melhorar a função do intestino. Porém, estudos indicam que a dose de suplemento de vibras não deve ultrapassar uma dose de 20g/dia pois foi identificado um aumento na produção de hidrogênio (H2) pelas bactérias intestinais em pacientes com diverticulite, aumentando a flatulência.
Orientação nutricional para diverticulite
Nas crises agudas, perfurações e hemorragias, a alimentação oral poderá ser suspensa. Com a recuperação, inicia-se a alimentação com uma dieta com baixo teor de resíduos, ou seja, de acordo com as seguintes orientações:
- Durante a crise a dieta deve ser composta apenas por líquidos claros e de fácil digestão, como caldos, sucos de frutas(coados), água de coco e gelatina.Conforme o paciente vai melhorando podem ser incluídos arroz branco bem cozido, sopas, purê de batata, frango bem cozido, macarrão e mais tarde ser avaliada a introdução de ovos e peixes, sempre observando a digestão e se ocorre ou não a produção de gases;
- Faça as refeições em local tranquilo, sentado à mesa, mastigando bem os alimentos, pois facilitará a digestão deles;
- Alimentos ricos em fibras e gorduras deverão ser evitados até que a crise passe: pães e biscoitos integrais, arroz integral, feijão, ervilha, farelo de trigo, verduras folhosas em geral, frutas (como ameixa, mamão, abacate, laranja, pêra), legumes (como cenoura, tomate, berinjela, beterraba, quiabo, rabanete, jiló, vagem e chuchu), croissants, sonhos, folhados, biscoitos recheados e amanteigados, frituras em geral, queijos gordos, margarinas, manteigas, bacons, sorvetes cremosos, chocolate, carnes gordas;
- Alimentos que contém leite ou soro de leite também deverão ser evitados, pois contêm lactose, cuja ingestão causa desconfortos como dores abdominais e gases, além da diarreia: Leite de qualquer espécie animal, queijos, leite em pó, leite condensado, creme de leite, bebidas lácteas, farinha láctea, iogurtes, pães e massas preparados com leite ou derivados, molhos brancos, cremes e sobremesas como manjar, pudins, sorvetes cremosos.
Após a recuperação, é necessário adotar uma alimentação rica em fibras, para evitar que o intestino fique preso, o que leva à inflamação dos divertículos.
Siga as orientações a seguir
- Faça as refeições em local tranquilo, sentado à mesa, mastigando bem os alimentos, pois facilitará a digestão. Além disso, a mastigação estimula os movimentos do intestino;
- Beba bastante líquido, no mínimo, 3 litros por dia. Em jejum, beba 1 copo de água e aguarde 10 minutos para se alimentar;
- Evite alimentos que “prendem” o intestino como maçã, limão, batata inglesa e amido de milho (maizena).
- As fibras estimulam o funcionamento do intestino. Sendo assim, inclua os alimentos ricos em fibras na sua alimentação. São eles: pães e biscoitos integrais, arroz integral, feijão, ervilha, germe e farelo de trigo (1colher de sopa por dia), verduras folhosas em geral, frutas (como ameixa, mamão, abacate, laranja, pera), legumes (como cenoura, tomate, berinjela, beterraba, quiabo, rabanete, jiló, vagem e chuchu).
Atenção: Ao consumir alimentos ricos em fibras é necessária a ingestão de muito líquido. Caso contrário, o efeito será inverso;
Aumente a prática de exercícios físicos, como por exemplo, caminhada e estabeleça um horário fixo para a evacuação, sendo esse horário com tempo disponível.