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O Lixo nos Rios e Lagos

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Uma das importantes causas de degradação ambiental é a grande carga de lixo das áreas urbanas que vai parar em rios e lagos. O lixo, depositado nos terrenos baldios ou mal acondicionado, é constantemente levado pelas chuvas para os fundos dos vales, contaminando os corpos d'água e entupindo a rede de drenagem urbana, o que acaba provocando enchentes.

A ocupação desordenada do solo, aliada à ineficiência dos serviços públicos de coleta de lixo e de saneamento básico, é apenas uma parte do problema, que é agravado por fatores culturais, sociais e de educação. Na esfera cultural, temos o individualismo, característica herdada dos povos ibéricos, que favorece a falta de consciência da necessidade de se cuidar do coletivo, e explica, em parte, a mentalidade brasileira de levar vantagem em tudo, em usar o público apenas para proveito próprio, como, por exemplo, transformar os cursos d'água em depósitos de lixo.

A pobreza e a falta de educação ambiental também contribuem vigorosamente para piorar a situação.

Que lixo é este?

Além do orgânico, o lixo descartado em rios é formado por resíduos sólidos de pequeno porte como plásticos, vidros, metais, etc e outros de grande porte como sofás, colchões, carcaças de carros, eletrodomésticos, etc. Muitos destes objetos levam mais de 500 anos nos corpos hídricos até a sua completa degradação.

Estes resíduos escoados ou atirados displicentemente nos rios e lagos acarretam inúmeras conseqüências, como a morte de animais aquáticos, a alteração da vida vegetal (espécies subaquáticas e ribeirinhas), o aumento das populações de macrovetores e microvetores de importância epidemiológica, que utilizam estes resíduos (principalmente os orgânicos) para sua permanência no meio, e a eutrofização e redução do oxigênio dissolvido na água, quando o lixo é orgânico.

Ainda por cima, grande quantidade do lixo flutuante conduzido pelos rios fica retida em áreas de mangue, estendendo a degradação para estes ambientes. Toda esta poluição, além dos danos que causa ao ecossistema, também afeta a navegabilidade e interfere no potencial turístico.

Mudando este quadro

Parte do lixo gerado nas diversas atividades humanas possui valor comercial se for manejado adequadamente e, o seu aproveitamento, através da reinserção nas cadeias produtivas, é fundamental na construção de um novo perfil global de desenvolvimento. Mas, para que isto aconteça, é preciso a  participação do poder público, da sociedade civil e do setor privado.

Desde 2004, a SERLA, em parceria com a FGV, está implementando um projeto chamado Rio Ecobarreira, que visa à redução do aporte de lixo flutuante em bacias hidrográficas do estado. O projeto foi idealizado com o objetivo de remover e reciclar uma parcela do lixo flutuante nos rios que deságuam na Baía de Guanabara e no sistema lagunar da Barra da Tijuca.

O projeto utiliza ecobarreiras (estruturas flutuantes feitas de materiais reciclados como garrafas PET) instaladas transversalmente nas calhas de rios, em trechos próximos à foz, para reter o lixo flutuante que é recolhido, separado, pesado e prensado para reciclagem em "ecopontos".  Nessas unidades de recepção (ecopontos) também se compra lixo reciclável, separado por moradores das áreas de entorno. Assim, as comunidades são incentivadas a se desfazer do lixo de forma mais adequada e rentável.

Toda a operação de coleta e reciclagem é feita por Cooperativas de Reciclagem que se encarregam da comercialização do lixo. A fração do lixo não reciclável é coletada pelos órgãos competentes dos municípios. Parte do pessoal é formada por ecogaris, que são jovens treinados para atuarem na coleta e reciclagem desse lixo. Além da bolsa paga pelo programa, eles recebem uma parcela da receita obtida com a reciclagem.

O programa inclui ainda ecoagentes, jovens pertencentes ao Programa Jovens pela Paz, que são preparados para multiplicar, nas comunidades próximas, as informações sobre coleta e reciclagem do lixo e sua importância para a preservação do meio ambiente e saúde.

Relação custo / benefício

O monitoramento de resultados do Projeto Ecobarreira vem mostrando que os custos de remoção do lixo, depois que este atinge o corpo hídrico, é muito alto. Porém os impactos ambientais da permanência destes resíduos nos rios e lagos são, também, extremamente elevados.

Já se sabe que o volume de lixo nos corpos hídricos será tanto maior quanto pior for sua coleta e armazenamento, mas também se sabe que o despejo do lixo pelos cidadãos, nas vias públicas ou diretamente nos rios, contribui de forma significativa para piorar a situação. E, isto acontece até nas áreas dotadas de serviços regulares de coleta, embora nos bairros mais pobres e com baixo nível de urbanização o problema atinja proporções alarmantes.

Lidar com o lixo é um dos maiores desafios que as cidades e, em especial, as grandes metrópoles têm que enfrentar. 

 

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