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Irã: país dos aiatolás contrasta modernidade com rigidez da religião

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O Irã volta a ser o foco de preocupação dos Estados Unidos. Os americanos acusam o governo iraniano de possuir armas nucleares e pressionam o país a aceitar inspeções. Antiga Pérsia, o Irã é um dos países mais ricos do Oriente Médio e tem uma trajetória de guerras com os países vizinhos.  Conhecido por ser a terra dos aiatolás, o país contrasta a modernidade com a rigidez da religião.

 

 

 

Governo do Irã acusado de possuir armas nucleares

 

 

 

O governo do Irã nega as acusações feitas por Israel e os EUA de que estaria tentando desenvolver armas nucleares e insiste que seu programa balístico seria apenas para se defender em caso de guerra. O governo iraniano também afirma que não deixará de lado os testes que vem fazendo com mísseis de longo alcance.

 

 

 

O Irã anunciou esta semana que realizou mais um teste de um míssil de longo alcance, capaz de atingir Israel e tropas norte-americanas estacionadas na Arábia Saudita e Turquia. Segundo o porta-voz do ministério de Relações Exteriores iraniano, Hamid Reza Asefi, a míssil Shahab-3 tem alcance de 1,3 mil quilômetros, e pode chegar até Paquistão e Afeganistão.

 

 

 

Pressão por inspeções

 

 

 

A notícia dos testes com mísssies foi recebida com preocupação, principalmente pelos governos de Israel e Estados Unidos. Desde o fim da Guerra contra o Iraque o governo americano, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a União Européia (EU) e a Rússia pressionam o Irã para aceitar inspeções rigorosas em seu programa nuclear.

 

 

 

Enquanto o Irã afirma que seu programa nuclear se destina à geração de energia elétrica, os Estados Unidos acusam o país de tentar desenvolver armas nucleares. Já a AIEA quer que o Irã esclareça diversas questões de seu programa. Segundo o relatório apresentado pelo diretor da AIEA, Mohammed ElBaradei, o governo iraniano deixou de prestar contas de certos materiais nucleares e de algumas atividades, entre elas possivelmente o enriquecimento de urânio, que é um componente de armas nucleares.

 

 

 

A produção de armas nuclerares pelo Irã poderia ferir o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), firmado em 1970, criado para evitar a disseminação de armas nucleares e para viabilizar o uso pacífico de tecnologia nuclear da forma mais ampla.

 

 

 

Irã aceita acordo sob condições

 

 

 

O governo do Irã já afirmou que considera aceitar inspeções desde que seja permitido ao país a utilização da tecnologia nuclear para fins pacíficos. Já os Estados Unidos são contra qualquer tipo de negociação com o Irã, pois acreditam que não se pode barganhar padrões internacionais estabelecidos. A União Européia também afirma que caso o Irã não aceite as inspeções não assinarão com o país vários acordos comerciais.

 

 

 

Para o ministro da Inteligência iraniano Ali Yunesi, os Estados Unidos estão fazendo uma “guerra psicológica contra o Irã”. O governo do Irã afirmou que o diálogo com os Estados Unidos é impossível enquanto o governo americano não aceitarem que “são um membro como outro qualquer da comunidade internacional, e não superiores”.

 

 

 

Pérsia, o passado distante do Irã. Maior Império da Antiguidade Oriental

 

 

 

O território onde hoje é Irã já foi a antiga Pérsia, um local dominado pelo Rei Ciro, líder dos persas durante o século IX a.C. Durante este período, o Rei estendeu seus domínios por uma vasta região do Oriente Médio, formando o maior império da Antiguidade Oriental, abrangendo áreas do Indo ao Mediterrâneo e do Cáucaso ao Índico.

 

 

 

Outros reis da Pérsia conquistaram o Egito e a Líbia, mas fracassaram ao tentar conquistar a Grécia. O Império Persa chegou ao fim em 331 a.C., quando o Dario III foi derrotado pelo Rei da Grécia Alexandre Magno.

 

 

 

O país dos aiatolás                  

 

 

 

Em 1979, o Irã passou por uma revolução que transformou o país em um Estado teocrático, ou seja, um país em que a autoridade vinda dos deuses é exercida por seus representantes na Terra. No Irã, as leis que regem o governo são as do Alcorão, que é o conjunto das revelações do Deus muçulmano — Alá — ao profeta Maomé. É onde está a doutrina religiosa e as regras da vida civil e social muçulmana.

 

 

 

No Irã, o poder de Alá é representado pelos aiatolás. Eles são considerados os especialistas ou interpretadores da lei islâmica e autoridades máximas do país. Nos anos que se seguiram à revolução islâmica, o país passou por uma grande transformação liderada pelos aiatolás tornando-se mais rígido e fechado à cultura ocidental.

 

 

 

Petróleo sempre despertou o interesse das grandes potências

 

 

 

O Irã possui grande riqueza petrolífera, o que sempre despertou o interesse de potências ocidentais como Inglaterra e Estados Unidos. Os ingleses garantiram o monopólio da indústria petrolífera pelo menos até os anos 50, quando o Parlamento, sob a liderança do primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, nacionalizou as companhias de petróleo.

O primeiro-ministro Mossadegh foi deposto por um golpe militar articulado pela inteligência inglesa e pela CIA. Reza Pahlevi retomou o controle do país com poderes ditatoriais e criou a Savak — Agência Estatal de Segurança e Informação —, destinada a reprimir a oposição nacionalista. Em 1962, iniciou um programa de modernização que incluía, além da reforma agrária, o direito das mulheres ao voto.

As reformas despertaram a ira dos muçulmanos mais radicais —os xiitas — e de seu principal líder, o aiatolá Ruhollah Khomeini. Preso e expulso do país em 1964, Khomeini continuou do exterior sua luta contra a ocidentalização do Irã. Nos anos 70, fundamentalistas islâmicos intensificavam os protestos contra a abertura do país.

 


Com a revolução de 1979, Khomeini retornou ao país e transformou o Irã numa república islâmica. Acabou com toda forma de diversão e impôs às mulheres o uso do chador — tecido usado para cobrir o rosto. Perseguiu e executou inimigos até sua morte, em junho de 1989, quando assumiu o aiatolá Ali Khamenei.

 

 

 

Perfil mais democrático no mundo islâmico

A ascensão do reformista Mohamed Khatami, em 1997, com uma campanha centrada nas palavras de ordem "democracia e liberdade", apontava para um novo Irã. Ainda decidido a conciliar liberdade com religião, foi reeleito em junho de 2001.

 

 

 

Passados mais de 20 anos da revolução, o país gradualmente ganha um perfil mais democrático no mundo islâmico. Khatami continua a desafiar os conservadores ao procurar garantir direitos subtraídos do povo pela revolução: ouvir música, dançar, assistir a filmes ocidentais e namorar em público.Os jovens, as mulheres e os intelectuais passaram a ter mais liberdade e contribuem para tornar o regime mais flexível.

 

 

 

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