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Columbine: 10 anos após o massacre, pouca coisa mudou

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Em 20 abril de 2009, completou-se 10 anos do "Massacre de Columbine", quando dois adolescentes invadiram a escola, mataram 12 alunos e um professor e depois cometeram suicídio, no 4º pior evento deste tipo na história dos Estados Unidos. O mês também teve outra data de triste memória para os americanos: em 16 de abril de 2007 ocorreu o tiroteio em Virginia Tech, vitimando 32 pessoas e mais o atirador, o sul-coreano Seung-Hui Cho.

 

As lembranças trazem novamente à tona o debate sobre a posse de armas dentro do território norte-americano. A fácil aquisição é um dos motivos sempre apontados para problema, e mostra-se mais verdadeira do que nunca. A compra sem grandes dificuldades não eleva o perigo de violência apenas nos Estados Unidos: o México sofre muito com a passagem ilegal de armamentos pela fronteira, o que fatalmente reforça o poderio bélico dos narcotraficantes locais.

 

Poucas mudanças

 

Embora a tragédia de Columbine tenha contribuído para aquecer o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos, as mudanças práticas são muito tímidas. Comparando-se a atual realidade à vivida em 1999, não é difícil conseguir uma arma, e em algumas regiões é ainda mais fácil, inclusive na Virginia.

 

Recentemente, a rede ABC convidou para a gravação de um programa o irmão de uma das vítimas de Virginia Tech, em 2007. Com 5.000 dólares no bolso, o jovem foi instruído a visitar uma exposição de armas e tentar comprar alguma delas. A primeira aquisição foi feita ainda na fila para um stand, e em menos de uma hora ele conseguiu levar um verdadeiro arsenal para o carro. Não houve checagem de antecedentes criminais, questionamentos ou controle de venda. As armas saíram da exposição e não deixaram rastros para eventuais investigações futuras.

 

Ainda que por vezes implicitamente, a posse de armas é incentivada publicamente por alguns grupos e políticos, em especial do Partido Republicano. Todos sempre citam a Segunda Emenda da Constituição Norte-Americana, que assegura aos cidadãos o direito de possuir e usar armas. Apesar de contestável, a afirmação consta em um documento oficial e por isso deve ser respeitada, e muitos veem neste artifício a saída para aumentar a proteção da população em geral.

 

Para parte considerável da população, as armas fazem parte do estilo de vida americano. Em todas as oportunidades em que o debate sobre as armas ganha a mídia, elas são apontadas pelos grupos mais conservadores (a poderosa National Rifle Association, entre outros) como um importante instrumento de defesa, e que por isso não deveria ter sua posse proibida, e sim incentivada pelo Estado.

 

Além disso, a onipresença americana em guerras pelo Oriente Médio e a conhecida força da indústria bélica reforçam o coro pela posse de armas no dia-a-dia como em nenhum outro país.

 

Armas nas escolas

 

Neste ano, em especial, os republicanos defendem que os ataques às escolas e faculdades poderiam ser prevenidos caso estudantes e professores tivessem o direito de carregar armas legalizadas. Teoricamente, os armados poderiam impedir grandes matanças ou até mesmo evitá-las caso agissem a tempo, tornando o campus mais seguro.

 

Entretanto, a presença de jovens armados poderia transformar estes espaços em palcos potenciais de tiroteios todos os dias. Além da possível presença de jovens com problemas psiquiátricos, como já ocorreu em outras matanças, rixas de jovens facilmente se tornariam problemas mais sérios.

 

A maioria dos estados americanos exige idade mínima de 21 anos para quem deseja adquirir uma arma e ter o direito à posse. A intenção de liberar armas nas escolas transformaria, portanto, os mais jovens em alvos mais fáceis, uma vez que professores, funcionários e outros acima de 21 anos teoricamente estariam armados.

 

Homenagens

 

A biblioteca em Columbine onde os jovens Eric Harris e Dylan Klebold entraram atirando foi totalmente reconstruída e suas paredes hoje exibem 13 placas em homenagem aos mortos ali. Na Virginia Tech, os alunos fizeram vigília para os mortos na data do segundo aniversário da matança.

 

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