Papo Sério

Levei um "fora", e agora?

Os namoros na adolescência são sempre cheios de sonhos. Muitos jovens acreditam que estarão juntos..
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Os namoros na adolescência são sempre cheios de sonhos. Muitos jovens acreditam que estarão juntos da outra pessoa por toda a vida. Mas o que fazer quando se leva um “fora”? O mundo acaba? Os planos vão por água abaixo? Nada disso, veja a opinião de quem já passou por esse momento e os conselhos de quem entende do assunto.

 

Valéria Martins, 17 anos, conta que desde a oitava série gosta de um garoto da escola. Cansada de esperar a iniciativa dele, ela foi conversar. “Foi um desastre. Ele me tratou bem, mas morri de vergonha. Ele disse que tinha namorada e pediu para que eu não insistisse. Naquela hora eu queria sumir. Não fui correspondida, mas foi melhor arriscar do que ficar com dúvida”, diz a menina.

 

Sua amiga de classe Helena Souto, 16, diz que levou um “fora” do próprio namorado. “Estávamos juntos há quatro meses e parecia que o namoro ia bem. Um dia ele veio à minha casa e disse que queria terminar tudo, pois tinha conhecido uma garota em uma festa. Fiquei arrasada. Quis saber quem era, mas ele não me falou. Eu o chamei para conversar algumas vezes, só que ele não quis voltar. Ainda gosto dele e espero um dia ter outra chance”, conta, esperançosa.

 

A história de Felipe Andrade, 17, é parecida com as das meninas. “Sempre fui apaixonado por uma menina da minha turma. Ela nunca soube, até no ano passado, quando, em uma festa, eu tentei beijá-la. Ela não gostou e me empurrou. Nunca fomos grandes amigos, mas nos falávamos. Depois desse dia ela nem me olhou mais. Levei um “fora” horrível e ainda sinto vergonha pelo que fiz. Se eu não tivesse tentado o beijo, ela falaria comigo até hoje”, lamenta-se Felipe.

 

Não é o fim do mundo

 

Segundo a psicóloga Cristina Pires, os jovens tendem a dramatizar momentos de suas vidas. “Quando a paixão não é correspondida ficam tristes e acham que nunca irão conseguir namorar. Esses pensamentos são normais, afinal, estão em uma fase de mudanças e aceitação de si mesmos. Para muitos, a época do namoro é muito difícil. Eles são tímidos, e, justamente por medo de serem rejeitados, preferem esconder o sentimento”, explica.

 

Cristina explica que por mais doído que seja um “fora”, os adolescentes não devem temê-lo. “É melhor arriscar do que evitar essa iniciativa. Se a investida não der certo tudo bem, parte-se para outra. O que não pode é ficar se martirizando pelo medo da tentativa”, afirma.

 

E aqueles que tentam e não são bem sucedidos? “Nem todas as pessoas correspondem aos nossos sentimentos e temos que estar preparados para isso. Se um namoro acaba é natural sofrer, lamenta-se, chorar, reclamar... Existem muitas maneiras de extravasar a rejeição. Com o tempo a dor passa e cada um vai estar pronto para novos amores, novas tentativas. E, além do mais, nada é definitivo. O garoto ou a garota pode mudar de ideia. O adolescente não deve se deixar abater”, diz Cristina.

 

Outro ponto fundamental abordado pela psicóloga é a mania que alguns jovens têm em se depreciar quando levam um “fora”. “Uma pessoa não deve acreditar que possui defeitos só porque outra não quis namorá-la. Isso não significa que ela é pior que outra. Mudar de cabelo, de roupa, de hábitos e de valores não vai trazer ninguém de volta”, diz.

 

Conversar com os pais é uma boa maneira de sair da “fossa”. Eles conhecem você melhor do que ninguém e já viveram muitas situações na vida parecidas com as suas. Podem dar bons conselhos.

 

Dicas

 

- Pior do que aceitar uma rejeição é reprimir os sentimentos por medo dela. Ninguém deve temer “fora”. O melhor é tirar a prova. Aproxime-se da pessoa que você gosta e abra seu coração.

 

- Escolha um momento certo. De repente na escola, no meio de outros amigos não é um bom lugar. A outra pessoa pode ficar envergonhada. Convide-a para ir ao cinema ou fazer um lanche em um lugar bem bacana.

 

- Se o “fora” acontecer, aceite. Todo mundo tem o direito de ficar chateado, mas não fique deprimido e nem ache que suas qualidades não são boas. As pessoas não escolhem de quem vão gostar, o sentimento acontece.

 

- Se esse não foi o momento, acredite que alguém legal vai aparecer na sua vida para compartilhar alegrias. Características físicas não são o mais importante. O que importa realmente são os valores de cada um.

 

- Seja sempre quem você é, não perca suas amizades, qualidades e valores por causa de ninguém. Na dúvida, converse com seus pais. Eles te amam de verdade e poderão orientá-lo.

 

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