O meio de campo Assis brilhou com a camisa do Grêmio de Porto Alegre nas décadas de 80 e 90, passando também pelo Vasco. Dono de muita habilidade e grande categoria, sempre que ele recebia um elogio não se cansava de dizer: “bom mesmo é meu irmão caçula”.

Ninguém deu muita bola para o que ele dizia, até a verdade aparecer... Ronaldinho Gaúcho deixou de ser o “irmão do Assis” e se transformou no melhor jogador do planeta em um curto espaço de tempo, e o melhor, com apenas 24 anos.

Ronaldinho nasceu em 21 de março de 1980 em Porto Alegre, e logo aos 6 anos ingressou nas escolinhas do Grêmio, onde seu irmão jogava na época. E por lá foi subindo, melhorando seu futebol e chegou à seleção brasileira de base com 16 anos, conquistando o Mundial Sub-17 no Egito no seguinte. Aos 18, estreou no time profissional do Grêmio, assinando logo um contrato com o clube. No mês de seu aniversário de 18 anos, ele mesmo trouxe seu presente: o primeiro gol em jogos oficiais, contra o Guadalajara.

O ano de 1999 marcou o início da consagração de Ronaldinho. Jogando o campeonato gaúcho, ele foi campeão e artilheiro ao marcar fez 15 gols, mas ganhou fama ao humilhar o tetracampeão Dunga, já em final de carreira, com dribles desmoralizantes. Logo ele despertou a atenção de Vanderlei Luxemburgo, que na época era técnico da seleção brasileira e o chamou para amistosos e para a Copa América daquele mesmo ano. E aí o craque apareceu para o mundo! Contra a Venezuela, Ronaldinho fez um golaço após dar um chapéu em um zagueiro e chutar de primeira, sem chances para o pobre goleiro. O título da competição foi apenas o primeiro com a “amarelinha”...

Briga com o Grêmio deixa o craque parado

Após um ano tranquilo em 2000, ele envolveu-se em uma briga séria com o Grêmio porque queria se mudar para o PSG da França. Foi acusado de traidor e mercenário por parte da torcida gremista, mas foi liberado pela FIFA e chegou a Paris em junho de 2001. O começo foi tímido e ele ficou várias vezes no banco, mas não deu para segurar a fera: depois que se adaptou ao clima e começou a jogar mais vezes, Ronaldinho acabou salvando o time francês por várias vezes. Foi ali que ele começou a ganhar corpo e fazer muita musculação. Quem lembra do garoto magrelo e carequinha que fez o gol na Venezuela custa a acreditar que é a mesma pessoa de agora, forte e com longos cabelos.

Consagração mundial

Chega mais um ano de Copa do Mundo. O Brasil está meio preocupado com o time, que se classificou no sufoco para a competição. Mas para Ronaldinho a alegria é grande por participar do mais importante torneio de futebol do planeta. Ao lado de Rivaldo e Ronaldo, ele forma os 3R, famosos e temidos por todos os adversários. O craque gaúcho não tem atuações regulares, mas é o centro das atenções no jogo contra a Inglaterra. Dá um passe açucarado para o Rivaldo fazer o primeiro gol e cobra uma falta de muito longe com perfeição, enganando o goleiro. Depois, faz o que os adversários fazem com ele: entra duro no jogador inglês e é expulso de campo. Fica fora do jogo seguinte, mas na final está em campo para ajudar seus companheiros e leva o “penta” para o Brasil.

Depois da Copa, recebe homenagens em todos os lugares, de Porto Alegre a Paris, e em 2003 realiza o grande sonho de sua vida: jogar no Barcelona. O PSG estava pequeno demais para ele, e Ronaldinho decide jogar em um dos maiores clubes do mundo. Os outros brasileiros no time o ajudam a conhecer melhor a torcida, a cidade e a comida espanhola (que ele adora!), e logo o mágico das trancinhas começa a aprontar das suas: dribles, lançamentos, golaços e o inconfundível sorriso dentuço estampado no rosto.

A consequência de tanto sucesso e categoria? O “Mago”,como é chamado na Espanha, é eleito o melhor jogador do mundo em 2004, superando o ucraniano Schevchenko e o francês Henry. Detalhe: o brasileiro jogou tão bem que ganhou o prêmio sem conquistar um só título no ano, enquanto os outros dois foram campões por seus times.

Ao contrário de muitos atletas até menos famosos que ele, Ronaldinho continua um cara simples, humilde e brincalhão. Seu irmão Assis, que sempre o incentivou, trabalha com ele e é um grande conselheiro. Sua mãe está sempre perto para matara as saudades e não deixa faltar o arroz com feijão brasileiro, outra grande paixão do craque.

Curiosidade

Os nomes dos 4 brasileiros que ganharam o título de melhor do mundo tem o nome começando com R, a quarta letra é A e a última é O. Veja: Romário Ronaldo (o Fenômeno) Rivaldo Ronaldo (o Gaúcho) Para completar as coincidências, todos eles estavam vestindo a camisa do Barcelona quando ganharam o prêmio.