Rinoceronte da Era do Gelo encontrado com órgãos intactos
A descoberta foi em agosto de 2020, mas só agora veio a público, com a divulgação por cientistas russos em 29 de dezembro. Um rinoceronte-lanudo, que viveu na Era do Gelo, entre 20 e 50 mil anos atrás, foi encontrado com os órgãos intactos na região nordeste da Rússia.
A carcaça foi encontrada por um morador da região após o derretimento do permafrost - a camada de solo que fica permanentemente congelada em áreas muito frias.
Um cientista que examinou a carcaça informou que o animal deveria ter entre 3 e 4 anos quando morreu, provavelmente por afogamento, durante um verão. E acrescentou que 80% da carcaça está intacta, bem como grande parte dos órgãos e tecidos moles do anima, incluindo os intestinos, os órgãos sexuais e um pequeno chifre.
A descoberta é extraordinária, porque geralmente as estruturas se decompõem e a carcaça será encaminhada para um laboratório com mais recursos de análise tão logo haja possibilidade de transporte na região, que permanece congelada por quase todo ano.
Datação por carbono identificará a época em que viveu o rinoceronte
Lá, os cientistas colherão amostras e conduzirão análises de radiocarbono, o que permitirá definir a época aproximada em que viveu o animal. O processo de datação por radiocarbono permite identificar a que período da História pertence tudo que já teve vida algum dia ou que foi produzido por algum ser. A precisão dele é praticamente absoluta e, por isso, os cientistas usam, até hoje, esse método descoberto em 1949.
O achado aconteceu numa região onde outro rinoceronte-lanudo, que ganhou o nome de Sasha, foi encontrado em 2014. Esse outro animal deve ter vivido há cerca de 34 mil anos atrás.
Descobertas de restos mortais de mamutes, rinocerontes-lanudos, cavalos e filhotes de leões-das-cavernas têm se tornado mais comuns na Sibéria, devido aos efeitos do aquecimento global sobre o permafrost.
O estudo desses animais é de grande importância para a compreensão e estudo da história da Terra e a evolução dos seres vivos.