História >> Revolução Francesa
- Introdução
- A França pré-revolucionária
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- O processo revolucionário
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- As influências pelo mundo
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Introdução
A revolução que introduziu a Era Moderna
A Revolução Francesa inaugurou a Era Moderna. Sua importância e seus desdobramentos influenciaram toda uma série de eventos ao redor do mundo. Embora seu marco inicial seja a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, o clima revolucionário que pairava sobre a França é anterior a este acontecimento, estando ligado à situação de miséria e desigualdade que reinava no país.
Para falarmos de Revolução Francesa, precisamos pensar sobre o iluminismo, o absolutismo e a crise do antigo regime. Vamos fazer juntos uma viagem que começa na França absolutista e dá início a uma das maiores transformações de nosso tempo!
A França pré-revolucionária
Iluminismo x Absolutismo
A Revolução Francesa faz parte do conjunto das chamadas revoluções burguesas. A vitória da revolução diminui o poder da nobreza, a classe mais importante da França na época e acaba com os resquícios do feudalismo. Mas, uma mudança como essa não ocorre repentinamente, certo?
Podemos localizar o início da revolução mais de cem anos antes, no século XVII, com o Iluminismo, um movimento intelectual que discute o lugar do homem na sociedade, o papel do estado e o estabelecimento de direitos civis. Abaixo, os mais importantes pensadores. Leia mais clicando sobre eles.
A França pré-revolucionária
As ideias iluministas iam de encontro à forma de governo vigente, o absolutismo. Na prática absolutista, o rei detém o controle sobre a economia e a política. Como podemos perceber, esta era uma prática pouco democrática, que aumentava as desigualdades sociais e econômicas, já que todo o poder estava centralizado nas mãos de uma só pessoa. Aqueles que discordavam do Regime eram tratados como criminosos e condenados à Bastilha, a mais famosa prisão francesa. Por isso, a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, é o marco da Revolução, pois simboliza a queda do regime absolutista.
A França pré-revolucionária
Os Estados Gerais
No século XVIII, a França passava por uma intensa crise econômica, agravada pelos altos gastos da corte do rei Luis XVI. Além disso, a França havia participado de dois conflitos em um curto período: a Guerra dos Sete Anos e a Guerra de Independência dos Estados Unidos (1775-1783). Os custos de guerra, aliados à uma má administração fortemente centralizada e a distribuição desigual de renda aumentaram os descontentamentos entre a população. Além disso, a França passava por uma crise agrária que, aliada ao crescimento populacional, piorava o quadro de fome e miséria. No Estado Absolutista, a sociedade francesa era estamental. Neste tipo de sociedade, a ascensão social é muito limitada, pois a posição de cada indivíduo é dada pelo nascimento, independente de sua fortuna pessoal, assim, na França, esta estrutura estava dividida em estamentos ou estados.






A França pré-revolucionária
Para equilibrar as contas, o rei Luís XVI pensou em exigir que o clero e a nobreza também pagassem impostos. Temendo que isso acontecesse, a nobreza e o clero pressionaram o rei a convocar os Estados Gerais, uma assembleia formada por representantes dos três estados: clero, nobres e o restante da população (terceiro estado).
Como na votação cada estado era representado por um voto, clero e nobreza tinham dois votos contra apenas um do terceiro estado. Era certo que o clero e a nobreza teriam o controle da votação.
Logo que o terceiro estado tomou conhecimento da convocação, lançaram uma campanha que exigia que a votação fosse por pessoa e não por estado. A campanha foi completamente apoiada pelo povo que passava fome e não tinha emprego.
Assim que tiveram o início dos trabalhos da assembleia, o rei Luis XVI, apoiado pela nobreza e pelo clero, decidiu que a votação continuaria por estado, ou seja, nada mudaria. E advertiu que apenas seriam tratada reformas econômicas e não políticas.
Os deputados do terceiro estado reagiram, declarando-se em Assembleia Nacional, com o objetivo de fazer uma constituição para a França.

O processo revolucionário
Diante do fracasso da convocação da Assembleia dos Estados Gerais, inicia-se uma série de acontecimentos e revoltas populares, já que o povo apoiava seus deputados. Em 14 de julho de 1789, a população revoltosa toma a prisão da Bastilha, símbolo máximo do poder real absoluto. Estava iniciado o episódio que mudaria a história, a Revolução Francesa.
Muitas charges foram utilizadas pelos impressos no período revolucionário, incitando o povo à Revolução.
A Assembleia Nacional Constituinte aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, inspirados pelo iluminismo e pelo lema "Igualdade, Liberdade e Fraternidade", que garantia o direito à propriedade e à igualdade jurídica, seguindo a ideologia liberal burguesa.


O processo revolucionário
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
Em 1790 é aprovada a Constituição Civil do Clero, que separava oficialmente a Igreja do Estado. Vendo ruir seus privilégios, a nobreza e o alto clero abandonaram a França. Sem apoio, o rei Luis XVI deixou o poder. Em 1791 o que restara da Corte tenta fugir para a Áustria, mas sua fuga é impedida pelos revolucionários. O absolutismo havia acabado, mas a figura do rei mantivera-se.

Retrato de Luis XVI

Declaração inspirada nos ideais do Iluminismo e Liberalismo
O processo revolucionário
Assim, a primeira Constituição da França é promulgada em 1791, tendo sido elaborada pelo terceiro estado. Segundo a nova constituição, o regime de Governo passa a ser a Monarquia Constitucional.
A Constituição também concede plenos direitos aos cidadãos. Mas esses direitos eram ainda restritos. O voto era censitário, ou seja, por renda. Apenas os cidadãos que pagavam impostos podiam participar da vida política. As mulheres, por exemplo, não podiam votar.

Charge que retratata a realização da Constituição, documento que legitima as ideias da burguesia.

A Marselhesa Hino da França escrito para motivar soldados franceses e considerado um dos mais fortes símbolos do país. Escrita por um oficial em 1792, e adotada como Hino Francês no período da Convenção.
O processo revolucionário
A Monarquia Constitucional
Nas primeiras eleições realizadas na França, a maior parte das cadeiras foi ocupada por membros da burguesia. O rei Luis XVI, cujos poderes haviam sido limitados, buscava recuperar seus privilégios. Para isso, tenta fazer alianças com países ainda absolutistas, como a Prússia.
A conspiração real é descoberta e o rei e sua esposa, Maria Antonieta, são presos e acusados de traição. Os revoltosos franceses reprimem as tentativas de restauração do poder absolutista e em 1792 a revolução atinge uma nova fase, a Convenção.

Quadro ilustrando o hino sendo cantado.
O processo revolucionário
A Convenção Nacional
Mas, embora a Convenção fosse nitidamente burguesa, havia várias diferenças entre os que defendiam os diversos segmentos da burguesia. Assim, a alta burguesia aliada ao baixo clero e à nobreza liberal, fundou o clube dos Girondinos que queria evitar os radicalismos.
Em oposição aos Girondinos, foi formado o grupo dos jacobinos, que desejavam aprofundar a revolução, ainda que para isso fosse preciso fazer uso da violência. Os jacobinos eram formados pela pequena burguesia e seus principais líderes foram Robespierre, Danton e Marat.
Os girondinos defendiam o combate aos países absolutistas no plano externo e a manutenção da nobreza no plano interno. Suas contradições reforçaram o poder dos jacobinos, que exigiam reformas mais amplas e a execução da família real na guilhotina.

Danton, um dos principais líderes jacobinos.
O processo revolucionário
As pressões jacobinas culminam com a execução do rei Luis XVI em 1793, em praça pública. Mais tarde, sua esposa Maria Antonieta também foi condenada à morte.
A execução do rei Luis XVI foi um dos mais importantes acontecimentos da Convenção, tendo atraído uma multidão de pessoas para assistir o evento, ocorrido numa praça em Paris.

Em várias praças das cidades da França, foram montadas as guilhotinas, onde eram executados os contra-revolucionários.
O processo revolucionário
Após a execução real, os jacobinos tomaram definitivamente o poder, instaurando o chamado período do Terror que durou pouco mais de um ano e teve Robespierre como seu líder, que julgou e condenou todos aqueles julgados como inimigos da Revolução.
O objetivo inicial das prisões e execuções era perseguir os girondinos, mas todos os que se opuseram à política jacobina de alguma forma foram condenados à pena de morte, como Danton, executado pela guilhotina em 05 de abril de 1794. As liberdades civis foram suspensas e instalou-se uma verdadeira tirania, que só teve fim com a chamada reação termidoriana, que depôs e condenou Robespierre.
A reação termidoriana foi liderada pelos girondinos que escaparam à prisão e à pena de morte. A derrubada de Robespiere fez com que fosse promulgada uma Nova Constituição, a Constituição do Ano III da revolução, que garantia o poder da alta burguesia. Em 1795, de acordo com o projeto constitucional, a Convenção foi extinta e em seu lugar foi estabelecido o Diretório.
O processo revolucionário
O Diretório (1795 - 1799)
Em 1795, foi aprovada uma nova Constituição pela burguesia, tirando do povo os direitos conquistados durante o governo jacobino e estabelecendo que o governo francês fosse exercido por cinco diretores, eleitos pelo Poder Legislativo.
No mesmo ano, os nobres e o clero tentaram um novo golpe para restaurar a monarquia. Para que o Diretório fosse defendido, a burguesia pediu o apoio do exército. As tropas chefiadas por um hábil e jovem general chamado Napoleão Bonaparte conseguiram defender o governo. Em 1796, foram os jacobinos que tentaram dar um fim ao Diretório. Essa tentativa também foi sufocada. Estes dois mesmos grupos lideraram outros golpes frustrados.

Prisão de Robespierre.
O processo revolucionário
A burguesia passou a ficar insegura com a oposição das outras classes e aproximou-se cada vez mais do exército e de Napoleão Bonaparte que colecionava vitórias no exterior. Diante desta situação, alguns diretores prepararam um golpe de estado, com o objetivo de colocar Napoleão no poder. Em 09 de novembro de 1799, Napoleão assumiu o governo francês como ditador. Era o Golpe do 18 Brumário, segundo o calendário republicano.
Estava solidificado definitivamente o poder da burguesia e encerrado o movimento revolucionário francês. A França Revolucionária adotou um Calendário Republicano ao mesmo tempo em que adotou o sistema métrico de medidas. No entanto apenas o sistema métrico vingou e se impõe mais a cada dia que passa.

As influências pelo mundo
A independência dos Estados Unidos ocorre em 1776 e é influenciada pelo iluminismo. A revolução Francesa influenciou diversos movimentos de contestação ao Antigo Regime em toda a América Latina. As independências dos países latino-americanos, ocorridas no século XIX, foram baseadas nos ideais de liberdade, cidadania e na ideologia liberal, adotados na França.

As influências pelo mundo
O Brasil também foi fortemente influenciado pelo iluminismo e pela Revolução Francesa. O movimento que expressa mais claramente essa influência é a Inconfidência Mineira, primeiro movimento a defender a independência do Brasil da metrópole portuguesa. Baseando-se nas ideias iluministas, de liberdade e cidadania, e inspirada pelo sucesso da revolução que tornou as treze colônias americanas independentes da Inglaterra, a Inconfidência, ocorrida em Vila Rica, atual Ouro Preto, em 1789, pregava a liberdade, ideal expresso na bandeira inconfidente e que foi adotada como bandeira do estado de Minas Gerais, Libertas quae seras tamen, Liberdade, ainda que tardia.
Mas a influência da Revolução Francesa não se faz sentir apenas no período colonial. A vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, é consequência direta das invasões napoleônicas. Da mesma forma, a primeira Constituição Brasileira, promulgada no Império, em 1824 pelo imperador Dom Pedro I, possui forte influência não só da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, mas também das constituições francesas, inspiradas no liberalismo.
As influências pelo mundo
A Revolução Francesa torna mais clara a ideia de que a história é um processo, e não uma série de eventos isolados sem conexão uns com os outros. Embora tenha ocorrido na França, seu eco percorreu o mundo inteiro, quer seja no iluminismo que inspirou a independência das treze colônias, fazendo nascer em seu lugar os Estados Unidos, a maior potencia da atualidade, quer seja influenciando os revoltosos mineiros de Vila Rica, que fizeram a Inconfidência Mineira, o mais significativo movimento de contestação colonial de nossa história.
Reflexão
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