História >> A Missão Artística Francesa
- Introdução
- O governo de Napoleão
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- A França no Brasil
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- O legado francês
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- Atividades
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Introdução
Da França, modelo de civilização e cultura da época, importamos artistas, pintores e cientistas que mudaram a arte e a cultura brasileira para sempre. Vamos ver?
Academia Real de Artes e Ofícios, fundada em agosto de 1812 por Dom João VI.
O governo de Napoleão
A Revolução Francesa, ocorrida em 1789, trouxe inúmeras transformações, não só para a França, mas para o mundo inteiro, seja no campo das ideias, seja no campo político.
É durante o período revolucionário francês que se destaca um jovem general, Napoleão Bonaparte, que mudaria o panorama da França e da Europa.
Napoleão Bonaparte, retratado por Jacques-Louis David.
O governo de Napoleão
Entre 1799 e 1814, Napoleão governou a França, iniciando uma política expansionista que o levaria muito longe de Paris. De fato, as campanhas do general Bonaparte o levaram a tomar Portugal, provocando a fuga da família real portuguesa, em 1808.
Bem sucedido nas diversas batalhas que comandava, Napoleão tornou-se uma figura lendária. Amado, odiado e temido, seu sucesso e sua fama de grande general o levaram cada vez mais longe. Sua derrota aconteceu na Alemanha, após tentar submeter o Império Russo, em 1813, na Batalha de Leipzig. Leipzig também é conhecida como Batalha das Nações, pois reuniu os exércitos aliados da Áustria, Prússia, Rússia e Suécia, numa coalizão que derrotou o poderoso exército francês.
Cena da batalha de Leipzig, que marca a derrota de Napoleão Bonaparte em 1813.
O governo de Napoleão
O fracasso de Napoleão ao tentar invadir a Rússia abriu espaço para a formação de novas alianças europeias contra a França. Em 1814, os exércitos aliados tomam Paris e Bonaparte é destituído do poder, posteriormente exilado na Ilha de Elba.
A monarquia, então, é restaurada na França e Luis XVIII é levado ao poder, colocando fim à Era Napoleônica.
Após a queda de Napoleão, Luis XVIII assumiu o trono restabelecendo a monarquia.
A França no Brasil
Dom João VI
Com as mudanças no cenário político francês, ou seja, com a queda de Napoleão Bonaparte, os laços culturais entre a França e Portugal se fortaleceram, propiciando,em 1816, a chegada da Missão Artística Francesa. Tudo começou com Joachim Lebreton, um intelectual que administrava a Escola de Belas Artes francesa, na era Napoleônica. Interessado em estabelecer no Brasil uma escola de formação de artistas, Lebreton passou a fazer contatos com os nobres brasileiros, para que estes conseguissem a permissão de Dom João VI para sua vinda.
Desde a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, que Dom João tinha planos de estimular a cultura no Rio de Janeiro. Assim, diante do pedido de Lebreton, o rei promove a vinda de diversos artistas franceses, que chegam ao Brasil em março de 1816, ficando conhecida como Missão Francesa. Ela trazia nomes que depois ficaram célebres, como Jean Baptiste Debret, os irmãos Taunay e o arquiteto Grandjean Montigny.
A França no Brasil
O compromisso da arte
Atualmente, quando queremos imagens fiéis do passado recente, costumamos utilizar a fotografia. As fotos mostram, com alguma interferência do fotógrafo, a realidade: como são as ruas, as paisagens, as pessoas. Assim, a fotografia é um documento iconográfico que podemos utilizar para estudar o passado. Mas, a fotografia, como conhecemos, só foi inventada e popularizada a partir de meados do século XIX. Como fazer para recuperar as imagens do período anterior as fotos?
A resposta a esta questão é a pintura. Artistas como Debret e Taunay tinham como compromisso retratar fielmente o que viam. Assim, buscavam registrar em seus quadros o maior número possível de informações, sobre tudo o que testemunhavam: plantas, pessoas, roupas, retratos, paisagens. Essa é uma tentativa de tornar a pintura científica, já que ela serve para documentar um período. Após a invenção da fotografia, a arte perde o seu compromisso de retratar estritamente o real, abrindo espaço para diversos novos estilos que surgem no século XIX como o impressionismo, e no século XX, como as vanguardas europeias.
Jean-Baptiste Debret: Pano de cena do Teatro da Corte por ocasião da coroação de D. Pedro I, 1822.
A França no Brasil
Debret, a "alma da missão"
As representações dos índios, totalmente idealizados (fortes e em cenas heróicas).
Jean Baptiste Debret era desenhista, aquarelista, cenógrafo, decorador, professor de pintura e retratou no período joanino as cenas do cotidiano da sociedade brasileira, principalmente os escravos e os indígenas. Ficou no Brasil entre 1816 e 1831 e organizou a primeira exposição de arte em 1829. Em 1818, trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para os festejos da aclamação de Dom João VI como rei de Portugal, Brasil e Algarves. Em "Viagem Pitoresca ao Brasil", coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações, Debret retrata e descreve a sociedade brasileira do século XIX.
Aplicação do castigo da chibata, em uma obra que retrata o sofrimentos dos escravos no Brasil.
A França no Brasil
Taunay, um apaixonado pela natureza brasileira
Gravura de Nicolas Taunay, intitulada negro Brasileiro com pássaro, representando tipos humanos e animais. Essa é uma das raras representações de Taunay sobre pessoas e não paisagens.
O pintor Nicolas Antoine Taunay nasceu em Paris, em 1755, tendo chegado ao Rio de janeiro em 1816, integrando a Missão Francesa. Encantado com a natureza brasileira, fez das paisagens o tema de suas obras e em 1820 é nomeado professor da cadeira de pintura de paisagem da Academia Imperial de Belas Artes. Pintor brilhante, sua afinidade com os iluministas, em especial com as obras de Jean Jacques Rousseau lhe rendeu o título de pintor filósofo.
Nas cartas que trocava com os amigos que haviam permanecido em Paris queixava-se constantemente das poucas bibliotecas existentes no Brasil, lotadas, em sua maioria, de livros religiosos. Como intelectual, Taunay sentia falta do clima parisiense e da cultura francesa, o que foi um dos motivos que provocou seu retorno à França, em 1821, onde veio a falecer em 1830.
A França no Brasil
Montigny e o estilo neoclássico
Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny dedicou parte de seus estudos ao tema que foi sua grande paixão por toda a vida, a arquitetura da antiguidade. Como arquiteto e urbanista de renome na França, Montigny estudou profundamente a arquitetura grega, bem como as estruturas arquitetônicas renascentistas, que inspiraram grande parte de suas belíssimas obras. Trouxe para o Brasil o estilo neoclássico, inicialmente rejeitado pelos pintores e arquitetos brasileiros, que cultivavam o barroco em suas obras. O primeiro projeto realizado pelo arquiteto, no Brasil, foi a Academia Imperial de Belas Artes, que sediava a Academia Real de Artes e Ofícios. Morreu no Rio de Janeiro em 1850.
Solar da Baronesa, projetado por Gradjean de Montigny, em estilo neoclássico.
O legado francês
Um dos quadros mais conhecidos do Brasil. A primeira Missa foi pintado pelo catarinense Victor Meirelles, em 1861.
Graças a esta iniciativa, foi criada a primeira grande escola de arte do Brasil, que formou pintores como Vitor Meirelles e Pedro Américo. A influência francesa na obra de tais mestres é indiscutível.
Atualmente, vários estudos recuperam as condições em que os artistas franceses vieram para o Brasil e muitos deles questionam se podemos tratá-la como uma missão, de fato. Seja como for, o enriquecimento cultural, estético e arquitetônico trazido por estes mestres viajantes colaborou para tornar ainda mais ímpar e diversa a cultura brasileira.
O legado francês
Batalha do Avai, 1877. Uma das mais famosas obras do Pintor Paraibano Pedro Américo, retratando a Batalha do Avai, parte do combate da Guerra do Paraguai (1868).
Atividades
Veja e compare as imagens: o que mudou desde a vinda da família real? Como são nossas cidades, nossos tipos humanos?
Vamos comparar o retrato dos vendedores ambulantes, primeiro em um quadro de Debret, depois atualmente, no Rio de Janeiro. Que tal observar bem as duas imagens e fazer uma redação?
Atividades
Vamos ver mais algumas diferenças, agora no comércio:
Casa França Brasil, projetada por Gradjean de Montigny em 1819, era a antiga Alfândega do Rio de Janeiro.
Porto do Rio de Janeiro, onde funciona a Inspetoria Da Receita Federal, que substituiu a alfândega.