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Um atentado contra a liberdade e a democracia

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O dia 07 de janeiro promete ficar marcado na história moderna da França. Em pleno inverno parisiense, um ataque terrorista matou quatro dos maiores chargistas da França, além de oito pessoas, que estavam reunidas na sede do semanário Charlie Hebdo, onde trabalhavam. O motivo do ataque foram as charges do profeta Maomé publicadas pelo semanário em algumas das suas edições. Após três dias de caçada, a polícia francesa encurralou os dois terroristas suspeitos, que acabaram mortos no confronto.

 

Muito mais do que a morte de quatro pessoas, o assassinato brutal foi um tiro no lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, tão importante para os franceses. Afinal, o ataque a um jornal cuja principal arma era a irreverência e todo o tipo de crítica (social, política e, até mesmo, religiosa, qualquer que fosse a religião) foi uma tentativa mal sucedida de fanáticos extremistas calarem a voz de uma sociedade que precisa de todos os tipos de canais para expressar seus anseios, suas angústias e necessidades.

 

Os disparos dos extremistas transcenderam a fronteira francesa e ecoaram pelo mundo, com milhares de pessoas condenando o ataque e prestando sua solidariedade às vítimas. Em vez de calar o povo, os ataques fortaleceram as manifestações contra os atos de terror e também trouxeram nova força ao semanário francês Charlie Hebdo. Este, que até então, balançava economicamente, agora se torna o bastião da liberdade de expressão e vê surgir um socorro financeiro emergencial do governo francês para que possa manter suas portas abertas.

 

Risco com os movimentos extremistas europeus

 

As críticas aos ataques também partiram do Oriente Médio, berço de alguns dos principais terroristas do mundo moderno. Lá, até mesmo o xiita Hezbollah, que na década de 80 promoveu o sequestro de ocidentais no Líbano, criticou os jihadistas de Paris, afirmando que seus ataques eram mais nocivos ao Islã do que as injúrias que eram proferidas ao profeta.

 

Embora sejam surpreendentes, as críticas do Hezbollah têm fundamento. Na França e por toda a Europa, movimentos de extrema-direita já estão se aproveitando dos ataques para defenderem políticas contra os imigrantes e anti-imigratórias, principalmente em relação aos árabes. Além disso, voltam à tona desejos de retornarem as barreiras entre os países da União Europeia para controlar a movimentação de pessoas na região, em uma clara tentativa de frear os fluxos  imigratórios no bloco.

 

Mais aterrorizante ainda é a possibilidade de grupos ultraextremistas resolverem direcionar seu ódio contra os islamitas. Embora os jihadistas insistam em colocar a religião como o avalizador de qualquer ataque terrorista, a religião não tem a menor culpa disso e também é vítima das loucuras de alguns dos seus fieis. Cabe à Europa dar o exemplo e evitar que esse tipo de reação aconteça, garantindo a liberdade religiosa a todos em seu território.

 

O mundo ainda está chocado com o ataque ao Charlie Hebdo, já considerado por muitos como o 11 de setembro francês. Mas, muito mais do que chorar os mortos, é importante que o incidente sirva como um combustível para a sociedade mundial defender três dos valores fundamentais para um mundo mais justo: liberdade, igualdade e fraternidade. Só assim, sem armas, os caricaturistas terão suas mortes vingadas e, quem sabe, verão dos céus que a sua luta finalmente deu frutos.

 

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