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Terrorismo na França

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Era sexta-feira, 13... de novembro de 2015 quando a França sofreu o maior atentado terrorista, em sua história contemporânea, com cento e quarenta mortos, inclusive os terroristas, em frenesi suicida. O grupo Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques.

 

 

 

Em janeiro o país sofrera outro revés trágico, com o ataque terrorista ao escritório do jornal satírico "Charlie Hebdo", famoso por não poupar ninguém, nem nenhuma corrente ideológica, de suas críticas Em 2012, o jornal já fora alvo de ataques terroristas, por publicar uma série de caricaturas ridicularizando o profeta Maomé. Os membros do Estado Islâmico alegaram que havia grande hostilidade aos trabalhos do jornal, por fazer piadas sobre líderes islâmicos, inclusive Maomé.

 

 

 

Enfim, são dezenas de mortos e feridos. Um povo assustado e uma economia que pode sofrer pequenos reveses, no que diz respeito ao turismo. Mas, o que motiva o Estado Islâmico atacar a França, especificadamente?

 

 

 

O Estado Islâmico defende razões culturais, militares e históricas para seus ataques em Paris.

 

 

 

O grupo jihadista Estado Islâmico nasceu no Iraque, em 2004, e tinha uma atuação discreta até 2012, quando passou a ser citado como autor de atrocidades na guerra civil que assola a Síria.

 

 

 

O Estado Islâmico é adepto da doutrina de guerra total, sem limites e restrições, e seu objetivo declarado é criar um califado, um território soberano, na fronteira entre a Síria e o Iraque. Suas ações têm chamado a atenção do mundo ocidental e diversos países aderiram a iniciativas para combatê-lo, cedendo recursos materiais e humanos. E o exército francês faz parte disso.

 

 

 

Desde 2014, há uma coalizão antijihadista liderada pelos Estados Unidos, para auxiliar nos ataques contra o Estado Islâmico. Além da ajuda da França, os norte-americanos contam com Austrália, Bélgica, Reino Unido, Canadá, Dinamarca e Holanda. E até mesmo países árabes, como Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein participam nos ataques na Síria.

 

 

 

Também vale lembrar que a França colonizou e expropriou a riqueza de diferentes nações africanas, durante os séculos XIX e XX. Na Argélia muçulmana, recursos minerais como petróleo, gás natural, fosfatos e minério de ferro foram drenados para a metrópole, auxiliando no seu desenvolvimento econômico. Muito do que a França tem hoje advém de sua exploração do patrimônio natural africano.

 

 

 

Os franceses não queriam abandonar o que entendiam como suas posses africanas, mas em 1962, após anos de guerra, concederam a autodeterminação aos argelinos. Mas a Argélia , após anos de guerra civil, enfrentou governos ineptos e corruptos, o que aumentou ainda mais a pobreza . Ante a falta de perspectivas,seus habitantes têm buscado a melhor qualidade de vida na França, que tinha uma política migratória mais flexível até o início dos anos 2000.

 

 

 

Após a Segunda Guerra, com a necessidade de reconstrução da França a importação da mão-de-obra pobre e sedenta de melhores condições de vida, oriunda, principalmente do norte da África foi rigorosamente estimulada pelo governo.

 

 

 

Nas últimas décadas, milhares de muçulmanos mudaram para a França. Mas, essa migração não significou melhores condições de vida, e os argelinos se viram morando em guetos, nos subúrbios de Paris, ocupando empregos de baixa remuneração e insalubres. Não é surpreendente, portanto, que os descendentes desses migrantes tenham desenvolvido certo ressentimento tanto contra o governo e quanto à população francesa em geral.

 

 

 

Filhos e netos de argelinos, nascidos na França, mas que não se sentem franceses, e que não gostam dos franceses são facilmente recrutados para atuar com os terroristas. Embora não haja uma contagem oficial, sabe-se que há quase mil cidadãos franceses lutando ao lado do Estado Islâmico, na Síria. Eles conhecem o território pátrio e sabem onde estão suas fraquezas e vulnerabilidades, além de terem fácil acesso ao país e conseguirem aproximar-se das aglomerações urbanas com tranquilidade.

 

 

 

Os valores adquiridos com a Revolução Francesa, de liberdade, fraternidade e igualdade nos ajudam a entender a cosmopolita, cultural e liberta Paris. E isso é motivo de ódio para os jihadistas, que combatem esses símbolos. Como disse o Estado Islâmico, em carta que assume a autoria dos ataques, Paris é a "capital da prostituição e do vício".

 

 

 

E tem mais! O discurso ultradireitista de partidos políticos em ascensão, na França, discriminando estrangeiros e imigrantes, sobretudo muçulmanos, tem contribuído bastante para a hostilidade dos terroristas. O grupo político liderado pela família Le Pen tem mobilizado franceses com um discurso xenófobo e neonazista e já detém 15% a 20% dos votos no país.

 

 

 

Mas, nada disso fundamenta a morte de inocentes. São franceses, pessoas, seres humanos que tiveram suas vidas ceifadas pelo ódio de indivíduos que tentam justificar o injustificável, o absurdo!!

 

 

 

A ajuda ocidental

 

 

 

Um dia após os ataques, François Hollande declarou que a França está em guerra. O presidente contatou líderes estrangeiros e reuniu seus ministros, deputados e senadores, no sentido de costurar legalmente as medidas de exceção "contra o terrorismo de guerra".

 

 

 

Após deixar a França chocada, o Estado Islâmico tem prometido novos ataques a alvos que fazem parte da coalizão antijihadista.

 

 

 

No mesmo mês do acidente, o presidente francês reuniu-se com o líder norte-americano, Barack Obama, e discutiram estratégias para a destruição do Estado Islâmico e prometeram "resposta comum, coletiva e implacável".

 

 

 

A França também buscou apoio da Rússia de Vladmir Putin, e ambos já fizeram ataques conjuntos ao reduto de terroristas, Raqqa, no norte da Síria. Putin não esqueceu a derrubada do avião russo, no Sinai, no Egito, em outubro de 2015, por uma bomba do Estado Islâmico.

 

 

 

É importante destacar que há muitos inocentes sob o julgo do grupo terrorista, que os usam como escudos, escravos e trabalhadores braçais para as suas instalações militares. A vingança francesa poderá deixar mortos que não têm nada a ver com a crise de intolerância, seja religiosa, política ou social.

 

 

 

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