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Separatismo da Catalunha

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As discussões geopolíticas internacionais ganharam destaque por conta dos movimentos separatistas ou solicitações de maior autonomia. Na Europa Ocidental, o separatismo é presente na Alemanha (Bavária), Espanha (País Basco e Catalunha), França (Córsega e Bretanha), Bélgica (Flandres), Dinamarca (Groenlândia), Itália (Lombardia, Veneto, Sicília e Tirol do Sul) e Reino Unido (Escócia). Na América, temos as tentativas de separatismo no Canadá (Quebec). Na maioria das vezes, essa movimentação tem sido pacífica e por meio de votações políticas e promessas de maior autonomia.  

 

No grupo dos países sob a orientação da antiga União Soviética, há casos de separatismo na Geórgia (Abcásia e Ossétia do Sul), Azerbaijão (Nagorno-Karabakh), Moldávia (Transnistria), Letônia (Latgalia) e Ucrânia (Donetsk). Na Rússia, Chechênia e Daguestão, são exemplos clássicos, mas o problema é que muitos desses movimentos têm se expressado com o uso da força militar e o terrorismo, como acontece na Chechênia.

 

Mas, o que é o separatismo? Por que ele se manifesta?

 

Separatismo, também chamado de independentismo, é um conjunto de ideologias nacionalistas que expressam reinvindicações por parte de um povo sem Estado, frente a um outro Estado maior. O separatismo evidencia uma tendência dos habitantes de um território ou região em se separar do Estado de que fazem parte para constituírem outro Estado independente.

 

O separatismo pode ter, na sua origem, uma base étnica, econômica, político-administrativa ou religiosa. Às vezes essas bases coexistem, mas sempre há um sentimento de identidade.  É o que acontece na Catalunha, na Espanha, onde os seus habitantes, assim como outros grupos étnicos espanhóis (como os bascos e os navarros), possuem um forte sentimento separatista, que é alimentado pelo nacionalismo arraigado.  Além de uma identidade própria, possuem o seu idioma específico, o catalão, uma língua evoluída a partir do latim, românica, e que possui poucas semelhanças com o espanhol.

 

Volta e meia, o governo catalão abre uma consulta pública buscando a autonomia definitiva. Em 2012, promoveu uma eleição para abrir caminho para um referendo, mas destaca-se que a Constituição espanhola não permite esse tipo de levantamento político. Em 2014 houve outro referendo e o sim ganhou, mais uma vez!

 

Após a Guerra Civil Espanhola, Francisco Franco e seu exército tomaram a Catalunha, considerada, até então, bastante autônoma e suprimindo a “Generalitat da Catalunha", o governo regional autônomo, e reprimindo o uso da língua catalã.  Toda essa repressão alimentou ainda mais o sentimento de independência por parte dos catalães.  Após o fim da ditadura franquista, novamente se aprovou um Estado autônomo e o seu idioma passou a ser novamente reconhecido, sendo, inclusive, adotado como uma das línguas oficiais da Espanha.

 

Em 2017, novo referendo foi realizado, à revelia do governo central espanhol, e o “Sim” venceu, mais uma vez, com 90,09% dos votos.  Na ocasião, o então presidente do governo autônomo da Catalunha, Carles Puigdemont, disse que a independência da região “já não é um assunto interno. É um assunto europeu".  Mas, o governo espanhol foi rápido e decisivo, ao informar que “não houve um referendo de autodeterminação na Catalunha”. A votação foi considerada ilegal e não reconhecida pelo governo espanhol.

 

Durante a consulta pública, o Governo Central da Espanha tentou impedir a sua realização, através da força, usando de medidas como envio de forças de segurança, confiscando os boletins e urnas de voto, encerrando assembleias de voto, ameaçando de multa aos funcionários do plebiscito. E mais: impedindo os eleitores de entrarem em locais de votação, bloqueando páginas da internet de apoio a referendo, ocupando o centro de telecomunicações e tecnologia da informação do governo catalão, e colocando a polícia na rua, reprimindo com violência a participação popular no referendo.

 

Em uma tentativa frustrada, Puigdemont declarou a independência definitiva da Catalunha e o governo espanhol reagiu prontamente destituindo o presidente regional, dissolvendo o parlamento catalão e convocando novas eleições, que serão realizadas em 21 de dezembro.
A vice-primeira-ministra espanhola, Soraya Sáenz de Santamaría foi indicada para governar a Catalunha interinamente até a realização das novas eleições.

 

Mas, por que os espanhóis resistem tanto à independência dessa região? Bem, nenhum Estado Nacional quer perder território e uma vez liberando a Catalunha, os bascos e navarros estarão manifestando-se da mesma maneira.  E tem mais!  A Catalunha tem o quinto PIB da Espanha e atrai 22,5% do turismo espanhol. Também sedia indústrias de ponta e centros de pesquisa importantes, particularmente no campo da energia nuclear e da biomedicina e é responsável por um quarto das exportações da Espanha.

 

 

 

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