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Radicalismo entre os pacifistas

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Conhecida por ser uma das religiões mais pacifistas do mundo, o budismo vem surpreendendo a todos com as recentes ações da sua ala radical. Em Mianmar, monges budistas extremistas são acusados de atacar e expulsar a minoria muçulmana que habita o país, conhecida também como rohingyas. Para escapar da perseguição, milhares de crianças, mulheres e homens muçulmanos fogem de Mianmar em barcos de pesca em condições precárias, em uma nova onda de refugiados que preocupa o mundo.

 

Essa não é a primeira vez que os monges radicais budistas atacam em Mianmar. Desde 2013, ondas de violência envolvem o país do sudeste asiático motivadas pelo crescimento da população muçulmana em Mianmar. Um dos líderes do movimento é Ashin Wirathu, um monge budista com ares de pop star que, através dos seus sermões injuriosos, insufla os budistas contra os rohingyas.

 

Ainda que os budistas representem 90% da população de Mianmar, na concepção de Wirathu, o número de rohingyas cresce de forma preocupante devido à alta taxa de natalidade entre os membros do grupo. O monge pop star também acusa os muçulmanos de serem causadores de confusão e, embora garanta nunca ter atacado ninguém, acaba estimulando linchamentos que já ocasionaram a morte de mais de 200 muçulmanos e a fuga de outros 150 mil.

 

Mundo sofre com o extremismo religioso

 

Os tumultos em Mianmar acontecem em um momento político delicado do país que, até 2011, estava sob regime militar e era apontado como uma das nações menos desenvolvidas do planeta. Em consequência, o atual governo dito democrático tem se mostrado, no mínimo, condescendente com os monges radicais ao aprovar leis que proíbem membros da minoria muçulmana de terem filhos sem permissão do Estado. Além disso, o governo também teria negado aos rohingyas o direito à educação e saúde e seria testemunha de uma petição assinada por 1,3 milhão de pessoas que prega a eliminação dos muçulmanos no país.

 

O choque do radicalismo budista não esconde, porém, uma realidade que já assusta o mundo há alguns anos: o crescimento do extremismo principalmente entre os movimentos religiosos. Atualmente, os principais confrontos militares na África e no Oriente Médio são provocados por grupos ditos religiosos como o Estado Islâmico e a Irmandade Muçulmana. Em Israel, extremistas judeus voltam sua fúria contra os palestinos e, no Brasil, grupos de extremistas cristãos fazem manifestações homofóbicas pelo país.

 

Como se pode ver, os conflitos atuais não são ocasionados por uma determinada religião, mas, sim, por indivíduos radicais que se aproveitam da fraqueza do povo para insuflar o ódio e disseminar preceitos religiosos distorcidos. Muito mais do que pegar em armas, o mundo precisa evitar que haja um terreno fértil para a proliferação dessas mensagens de ódio. Para isso, basta combater a pobreza, as desigualdades sociais e a fome, garantindo condições mínimas para que todos possam ter acesso à saúde e educação de qualidades. Ainda que isso não garanta o fim das guerras, será um bom caminho para um mundo melhor e menos hostil.

 

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