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Os Pumas do Pacífico

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Enquanto a economia brasileira patina, e o país sofre para se recuperar, quatro vizinhos vêm chamando a atenção de economistas do mundo inteiro pela boa fase dos seus mercados. Esse grupo, formado por Chile, Colômbia, México e Peru, é conhecido como os Pumas do Pacífico, apelido dado pelo pesquisador Samuel George, da Bertelsmann Foundation, autor do estudo "Os Pumas do Pacífico".

 

O nome Pumas do Pacífico é uma alusão aos Tigres Asiáticos, grupo formado por Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e Taiwan que, na década de 80, apresentou altos índices de crescimento econômico e influenciou o mercado internacional. Na ocasião, a tática dos Tigres era apoiada em uma estratégia agressiva para atrair o capital estrangeiro, junto com uma mão de obra barata e disciplinada, além de isenções fiscais e baixo custo de instalação das empresas.

 

Assim como os Tigres Asiáticos, os Pumas do Pacífico também investem no modelo de integração comercial, tendo constituído a Aliança do Pacífico. Nela, México, Chile, Colômbia e Peru retiraram as tarifas de 92% no comércio de bens dentro do bloco, além de terem estendido aos parceiros acordos que antes eram apenas bilaterais. Desta forma, os quatro países procuraram investir no aumento das trocas comerciais, com uma importante aproximação com a economia norte-americana.

 

Os atributos dos Pumas do Pacífico não param por aí. As quatro economias estão entre as melhores das Américas nos rankings de competitividade e facilidade de realizar negócios, requisitos básicos para quem quer investir no comércio exterior. Além disso, nenhum dos países tem inflação acima de 5% desde 2009 e todos conseguiram acumular mais de 80% das reservas desde a crise financeira de 2009, situação bem diferente da vivida pelo Brasil atualmente.

 

O bom cenário econômico não vem sozinho nessa equação e é suportado por um item de grande importância: a estabilidade democrática. Embora os Pumas estejam longe de serem democracias perfeitas, México, Colômbia, Peru e Chile estão com governos estáveis, o que tranquiliza o mercado e torna os investimentos atrativos. Afinal, são poucos os investidores dispostos a entrar em países instáveis democraticamente ou com leis que mudam a todo o momento, mesmo que isso resulte em ganhos mais significativos de capital.

 

Riscos e lições para os países em desenvolvimento

 

Mas nem tudo é alegria no Pacífico. Como dito anteriormente, ainda que a economia esteja funcionando bem, os Pumas também enfrentam problemas internos típicos de países em desenvolvimento e bem conhecidos no Brasil. No Chile, suspeitas de corrupção vêm atrapalhando o segundo mandato da presidente Michelle Bachelet. Já na Colômbia, os tradicionais problemas com as Farc tiram o sono do presidente Juan Manuel Santos, enquanto no México, o combate ao tráfico de drogas tumultua o ambiente interno.

 

Outro problema também está no mix de produtos comercializados por esses países no mercado internacional. Tal qual no Brasil, as exportações dos Pumas do Pacífico estão baseadas em itens primários, como minérios, frutas, cereais, vegetais e proteínas animais. Além de serem itens de baixo valor, eles também têm seus preços, em geral, balizados pelo mercado internacional, o que deixa esses países vulneráveis aos solavancos da economia mundial. Ou seja, uma pequena crise em algum lugar no mundo pode colocar por terra o bom momento dos Pumas.

 

De qualquer forma, o sucesso, mesmo que temporário, dos Pumas do Pacífico traz lições importantes para outras economias em desenvolvimento e outros blocos econômicos, como Brasil e o Mercosul. A busca por competitividade no mercado internacional é um fator importante na atual economia globalizada e pode resultar em avanços econômicos. Entretanto, o investimento em educação e pesquisa são fundamentais para que esses países, um dia, consigam deixar de ser apenas fornecedores de matéria prima e se tornem, efetivamente, potências industriais, como o Tigre Coreia do Sul.

 

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