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O que o passe de Neymar tem a ver com o mundo árabe?

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A recente transferência do jogador Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain teve grande repercussão por se tratar do mais alto valor já pago por um atleta de futebol.

 

O Barcelona é reconhecidamente um dos maiores clubes de futebol do mundo, talvez o maior. Já o Paris Saint-Germain é famoso, mas não se equipara ao clube espanhol. Criado em 1970, o Paris Saint-Germain só passou a ter maior repercurssão internacional a partir de 2011, após ser comprado pelo Qatar Investment Authority (QIA), instituição pertencente ao emir (título árabe equivalente a presidente) Tamim bin Hamad Al-Thani do Catar.

 

Nasser Al-Khelaifi, empresário que vinha ganhando reconhecimento no mundo esportivo e muito próximo do emir do Catar, assumiu, então, a presidência do clube, passando a fazer grandes investimentos em contratações, visando a aumentar a competitividade do clube e seu valor comercial.

 

O clube passou a ser uma outra forma de mostrar ao mundo a riqueza proveniente do Catar, país árabe que, apesar do pequeno etrritório, é uma potência energética, com a terceira maior reserva de gás natural e uma das 20 maiores reservas de petróleo do planeta.

 

A grande jogada, na verdade, foi feita pela próprio governo do Catar. O grupo Qatar Investment Authority serve para o governo diversificar seus investimentos e diminuir a dependência dos preços de gás e petróleo no mercado. Essa estratégia tornou-se ainda mais importante após o país aceitar a imposição da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de limitar a produção de petróleo. Mas recentemente, a relação conturbada com países vizinhos gerou a necessidade dessa jogada no futebol.

 

O Catar é um dos aliados dos Estados Unidos dentro do Oriente Médio. Com isso, realiza ações que nem sempre agradam ao mundo islâmico, que há alguns anos passou pela chamada Primavera Árabe, movimento que contribui para derrubada de alguns governos ditatoriais e a gradativa transição para regimes democráticos e ascensão de grupos islâmicos moderados.

 

Porém, o fim de governos ditatoriais atrapalha os interesses geopolíticos e econômicos dos Estados Unidos na região, que abriga as maiores reservas de petróleo do planeta. Diante desse cenário, o Cátar assumiu importante papel no controle dos movimentos e conflitos gerados pela Primavera Árabe. Coincidemente ou não, o Catar vem sendo acusado por países como Egito, Bahrein e Árabia Saudita de estar financiando grupos radicais e terroristas, como Irmandade Muçulmana, o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, que visam desestabilizar a região.

 

Diante disso, Líbia, Iêmen, Egito, Arábia Saudita, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos cortaram relações com o Catar, colocando em lados opostos também alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo, tornando ainda mais tensa a já complicada relação entre os países do mundo árabe.

 

Será que essa propaganda esportiva será suficiente para dar uma imagem positiva ao Catar? É esperar para ver!

 

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