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O “não” dos escoceses à separação

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No plebiscito de setembro, os escoceses decidiram permanecer integrando o Reino Unido, que é composto por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. A ligação da Escócia com o Reino Unido já dura 307 anos, contudo o sonho de separação também é bem antigo.

Por muito tempo, pesaram no desejo de autonomia da região, o nacionalismo, as diferenças na identidade cultural e linguística, a opressão, as desigualdades e a falta de autonomia em muitos assuntos locais. Hoje, as razões econômicas são as que prevalecem, já que com a chegada dos trabalhistas ao poder, em 1997, o governo britânico concedeu autonomia à Escócia para decidir muitos de seus assuntos, com exceção dos relativos à defesa e às relações exteriores.

Mas o desejo separatista da população mais jovem, e sempre mais inquieta, se acentuou após a crise econômica de 2008. Os escoceses adeptos da separação afirmam que sem a tutela de Londres, o país seria uma espécie de “Kuwait europeu”, pois cerca de 85% dos recursos marítimos do Reino Unido se situam em águas escocesas. Do mar do Norte, por exemplo, já saíram mais de 40 bilhões de barris de petróleo nos últimos 40 anos e, ainda, poderão ser extraídos, nos próximos 30, mais 15 a 24 bilhões.



Então, o que influenciou o “não”?

Em uma votação com participação popular recorde (84,5% dos escoceses), o ”não” (escolha da permanência do país na Comunidade Britânica) obteve 55% dos votos contra 45% do “sim”.

Não faltaram argumentos de Londres para sensibilizar os corações escoceses. Campanhas como a do slogan “Juntos podemos”, avivando o significado de “Reino Unido”, que atravessou com sucesso fatos relevantes da História da Humanidade, como a abolição do tráfico negreiro, a derrota de Napoleão, a revolução industrial, a colonização de um quarto do globo e a luta solitária, por um tempo, e corajosa contra Hitler, foram exaltados. Na verdade, poucos países podem se orgulhar de tantos feitos globais.

Assim, foram decisivos para a escolha do “não”, o prestígio, o poder bélico e econômico, a história de glórias no cenário mundial, a permanência na Comunidade Europeia, a força da libra esterlina – o Reino Unido foi o único membro da União Europeia que não aderiu ao Euro – e as promessas do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, de conceder mais autonomia à Escócia. O pacote acordado com Cameron inclui transferência de poderes na área fiscal e melhorias no bem-estar social do povo escocês, que serão garantidos por uma legislação especifica, a ficar pronta em janeiro próximo, para ser oficializada.

Alívio para todos os lados

A independência da Escócia seria um colapso para o Reino Unido, que perderia um terço de seu território. O Reino Unido é a sexta maior economia do planeta, com um Produto Nacional Bruto de 2,5 trilhões de dólares, com Forças Armadas poderosas e profissionais, com um forte arsenal nuclear e assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Não só para a Escócia como também para as instituições mundiais, a Comunidade Europeia e para os Estados Unidos poder contar com um aliado forte é inestimável em um mundo que vive em conflito.

Por outro lado, a decisão também foi um alívio para diversos líderes europeus que sofrem pressões separatistas em seus territórios.

Enfim, foi bom para todos e o plebiscito foi uma lição de democracia e respeito.

 

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