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O Japão e a vergonha para uma sociedade

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Tropeços, escândalos, fraudes ou corrupção são temas inerentes a qualquer tipo de sociedade. Por mais que um país seja desenvolvido política e economicamente, não há garantias de que não haverá deslizes por parte de um membro da sociedade, seja uma pessoa comum, um político ou um empresário. As diferenças, porém, podem estar na forma como uma sociedade reage aos seus deslizes.

 

 

 

No fim de julho, o Japão balançou com um escândalo fiscal envolvendo uma de suas maiores empresas. Segundo um relatório preparado por um comitê de especialistas independentes, a contabilidade da Toshiba vinha sendo inflada desde 2008, chegando a um total de US$ 1,2 bilhão. A tática teria começado durante a crise financeira de 2008, com gerentes de diferentes áreas da empresa usando práticas ilegais para alcançar as metas determinadas pelo seu alto escalão.

 

 

 

As suspeitas contra a Toshiba começaram quatro meses antes e, em vez de tentar mascarar os fatos ou contra-argumentar, a empresa resolveu contratar o tal comitê independente para investigar as suspeitas. O comitê entrevistou centenas de pessoas na empresa e encontrou irregularidades em todas as suas seis divisões, confirmando os boatos de fraude.

 

 

 

A reação da Toshiba não parou na investigação e seguiu com a renúncia do diretor- presidente, do vice-presidente do Conselho de Administração e do seu assessor. Os três ainda participaram de uma coletiva de imprensa, onde pediram desculpas pelos problemas causados à sociedade e se curvaram diante das câmeras, em um sinal clássico de arrependimento, segundo a cultura japonesa.

 

 

 

Admissão do erro é virtude

 

 

 

O que se vê no Japão é uma reação de vergonha por ter sido desmascarado fazendo algo prejudicial ao bem comum. Isso não quer dizer que não haja espertos tentando se beneficiar ou garantir benefícios a suas empresas. Mas, quando esses atos são desmascarados, isso passa a ser uma vergonha para o criminoso e para toda a sua família. Essa situação é tão grave que pode levar, até mesmo, ao suicídio, como o do então Ministro da Agricultura, Toshikatsu Matsuoka, que praticou o hara-kiri após suspeitas de fraudes em licitações em 2010.

 

 

 

Deixando de lado os casos extremos de suicídio, o que se vê no japonês é uma pronta disposição ao pedido de desculpas no primeiro sinal de erro. Em vez de tentar se esquivar ou buscar culpados, o japonês sente vergonha dos erros cometidos e não se furta a se desculpar, pois a sua falta pode ter causado algum inconveniente, mesmo que tenha sido um mero atraso por conta do trânsito! Para ele, admitir o erro é virtude e não vergonha.

 

 

 

Como se vê, a construção de um país melhor está muito mais nos detalhes do seu dia a dia do que na elaboração de leis e regulamentos. Situações que deveriam ser banais, como cumprimento de horários e respeito ao próximo e às regras, são fundamentais para a formação de uma nação desenvolvida. O país é o espelho da sua sociedade, e ele nunca vai crescer se o seu povo não estiver disposto a isso.

 

 

 

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