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Myanmar (ex-Birmânia) e a violência contra o povo rohingyas

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Politicamente independente desde a metade do século passado, Myanmar (ex-Birmânia) possui uma história de dominação e ocupação estrangeira, assim como inúmeros países asiáticos.

 

 

 

O país nasceu democrático, mas a partir dos anos sessenta viveu sob regime autoritário, após um golpe militar. Ao longo do tempo, a oposição foi reprimida com violência e milhares de pessoas morreram em conflito com as forças oficiais. A partir dos anos oitenta, a situação de pobreza e violência de Myanmar tem provocado a indignação da opinião internacional e a ação militante de Aung San Suu Kyi tem lentamente transformado o país.

 

 

 

Como opositora do regime, ela sempre defendeu a resistência pacífica e a desobediência civil, a exemplo de Gandhi. Mesmo assim, foi presa e condenada à prisão domiciliar, que cumpriu por anos. Após a sua libertação, em 2010, com o processo de redemocratização, a militante disputou as eleições parlamentares e ganhou, passando, então, a representar o seu partido, a Liga Nacional pela Democracia, no parlamento.

 

 

 

Em 2016 Aung San Suu Kyi assumiu o cargo recém-criado de Conselheiro de Estado, um papel semelhante a um primeiro-ministro e é bastante influente no governo do primeiro presidente não-militar do país desde o golpe militar de 1962, Htin Kyaw, também de seu partido. Mesmo com toda essa influência a militante não tem conseguido atenuar a crise econômica e a histórica perseguição a um grupo minoritário, conhecido como rohingya, que professa a religião muçulmana, num país predominantemente budista.

 

 

 

Os rohingyas somam cerca de um milhão de pessoas e grande parte vive no Estado de Rakhine. Considerados pelo governo como imigrantes ilegais de Bangladesh, país vizinho a Myanmar, o povo sofre forte repressão. São proibidos de se casar ou de viajar, sem a permissão das autoridades e em sua maioria são muito pobres, pois suas atividades econômicas são limitadas pelo governo, que lhes nega o direito a possuir terras ou propriedade. A Lei de Cidadania de 1982, de Mianmar, considera os rohingyas, como apátridas e nega-lhes a cidadania do país.

 

 

 

Desde a independência do país, o povo tem sido vítima de negligência, tortura e repressão e o governo militar sempre estimulou a discriminação aos rohingyas, pela população local. Nos últimos anos, o país passou por transformações políticas, econômicas e sociais, o que melhorou a vida de alguns e piorou a vida de vários, contribuindo para a constante onda de violência e ebulição da população, que tem hostilizado ainda mais aqueles que não são considerados nativos.

 

 

 

Em 2012, um grupo formado por extremistas budistas promoveu uma onda de violência que causou a morte de dezenas de rohingyas, além de destruir suas casas e centros religiosos e deixar mais de 100 mil desabrigados. No mesmo ano, milhares de rohingyas cruzaram a fronteira, fugindo da violência, para Bangladesh, Malásia, Tailândia e Indonésia.

 

 

 

O problema é que todas essas décadas de preconceito, repressão e violência tem alimentado forte ressentimento no Estado de Rakhine, fermentando um clima de desconfiança e falta de informação. Em agosto de 2017, militantes rohingya atacaram 30 pontos de controle de segurança, matando numerosos policiais. As forças de segurança birmanesas reagiram lançando operações antiterrorismo contra os rebeldes, com muita brutalidade, promovendo o que as Nações Unidas têm chamado de "limpeza étnica” contra essa minoria, que foge desesperadamente para os países vizinhos. Foram mais de 60 mil pessoas em êxodo somente em agosto e em campos de refugiados a ONU já contabiliza mais de 120 mil rohingyas.

 

 

 

E a pergunta que não quer calar é: o que Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da paz e considerada líder política de fato de Myanmar, tem feito em relação ao suposto genocídio dos rohingyas? Como defensora dos direitos humanos, a senhora Kyi deve garantir a defesa desse povo ou deve apoiar o seu eleitorado, de maioria budista?

 

 

 

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