Muro separa Israel e Cisjordânia
Quando eleito, o presidente Donald Trump afirmou que vai construir um Muro, separando fisicamente os Estados Unidos do México. É contra os imigrantes ilegais. Em um discurso discriminatório contra os mexicanos, Trump chamou toda uma nacionalidade de estupradores, atribuindo-lhes a presença das drogas e do crime em solo estadunidense. Como se os norte-americanos não fossem os maiores consumidores de drogas do Planeta, seja de onde vier. A opinião pública internacional tem se posicionado nos dois lados da questão. Alguns apoiam Trump e outros o criticam. Mas, e o Muro de Israel?
O Estado de Israel foi imposto ao povo palestino, no Oriente Médio, após a segunda guerra mundial, quando todos ainda estavam sensibilizados com as barbáries que os nazistas fizeram aos judeus, durante o conflito. Os líderes do movimento sionista, que lutaram durante séculos pela criação de uma nação judaica, finalmente a estabeleciam sobre as terras de Canaã, que, segundo os judeus, é a Terra Prometida, por Deus, ao patriarca Abraão.
Os palestinos, moradores da região há séculos, protestaram sobre a competência da Comissão da ONU em decidir o futuro da região. Alegavam que o direito "natural" da maioria árabe é de permanecer com a posse indiscutível das terras nas quais habitam há séculos. Assim como os palestinos, Egito, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano não concordaram com a resolução da ONU e, menos de um dia após a criação de Israel, o território foi invadido por esses países. As lutas entre árabes e israelenses têm se prolongado por anos, deixando milhares de mortos, em ambos os lados, e uma situação de conflito armado que parece não ter fim!
A história do conflito é permeada por ataques suicidas de homens-bomba, terrorismo, lançamento de mísseis sobre cidades e inocentes, entre outras atrocidades cometidas por ambos os lados. Israel, na luta pela soberania da nação judaica, e Palestina, na defesa de seu território.
Israel colonizou grande parte do território da Palestina e tem avançado em áreas ocupadas por esse povo, desde a segunda metade do século passado. E mesmo com inúmeros acordos de paz, quebrados por ambos os lados, o tamanho do território efetivamente ocupado pelos judeus só aumenta, gerando muito ressentimento e rancor por parte da comunidade árabe.
Junto com a Faixa de Gaza, a Cisjordânia é uma área que concentra o povo palestino e vem sendo fortemente controlada pelas forças de segurança de Israel, que decide quem entra e quem sai desse território.
No início dos anos dois mil, Israel tomou uma decisão importante! Iria construir um muro, para proteger moradores e turistas, contra ataques terroristas árabes, nas proximidades de Jerusalém, na fronteira norte da Cisjordânia. Em 2004, a construção iniciou-se, com o levantamento de um muro de 8 metros de altura, trincheiras com 2 metros de profundidade, arames farpados e torres de vigilância a cada 300 metros. Só que Israel não parou, e hoje, o muro tem mais de setecentos quilômetros e tem isolado completamente a população da Cisjordânia.
Consequências? Muitas! Dentre elas, o fato de que vilas ficaram sem regiões agrícolas e algumas cidades foram isoladas, não pertencendo nem a Israel e nem à Cisjordânia. Muitos árabes têm que se deslocar durante quilômetros para visitar os próprios terrenos, do outro lado do muro. Como fica o desenvolvimento agrícola e pecuário, diante de tamanho obstáculo?
O Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, considerou o muro ilegal e constatou que, em vários trechos, invade territórios palestinos. Por outro lado, os Israelenses usam a segurança para justificar esse ultraje e dizem que não vai recuar.
Para passar para o outro lado, habitantes da Cisjordânia precisam passar por um grande portal de controle, que funciona como um “curral”, onde os árabes são pressionados e são monitorados por autoridades palestinas. Certamente o Muro não tem contribuído para o avanço da paz entre esses dois povos!