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Mulheres reconstroem Ruanda

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Brasil, Alemanha e Chile têm presidentes mulheres, mas é em um pequeno país da África que as mulheres estão dominando a política local. Em Ruanda, 64% do parlamento é formado por mulheres, a maior proporção de parlamentares femininos em todo o mundo. As mulheres também são maioria no Judiciário e já detêm 40% dos ministérios do país. Além dos direitos das mulheres fazerem parte da Constituição federal, o país também tem um ministério apenas para cuidar dos assuntos relacionados a elas, o Ministério da Promoção do Sexo Feminino e da Família.

Entretanto, esse domínio feminino veio após uma das maiores atrocidades da história da humanidade. Em 1994, mais de 800 mil pessoas, a maioria da minoria Tutsi, foram assassinadas por membros extremistas do grupo étnico Hutu, que esperavam, assim, acabar com a guerra civil que acontecia há época e se manter no poder. O genocídio dizimou o país, matando um terço da população e derrubando a economia de Ruanda, com o Produto Interno Bruto nacional chegando a cair 50% nesse período.


Tanta desgraça colocou as mulheres em evidência no país, pois elas passaram a corresponder a 70% da população local. Guerreiras, elas suplantaram a violência física e sexual as quais também foram impostas nesse período e assumiram a responsabilidade de colocar Ruanda de volta ao seu curso natural.

Uma história de superação

Entretanto, a história de sucesso das mulheres ruandesas veio repleta de obstáculos. O principal deles foi a discriminação, já que as mulheres no país eram vistas apenas como donas de casa, com baixo acesso à educação tradicional, além de serem vítimas constantes de violências domésticas. Com a formação da nova Constituição após 1994, as mulheres conquistaram os mesmos direitos dos homens, garantindo seu espaço na sociedade.

As conquistas não se limitaram apenas na garantia dos direitos civis ou no espaço na política local. No campo econômico, as mulheres ruandesas confirmaram sua força, garantindo a administração das fazendas que até então eram comandadas por seus maridos, irmãos ou filhos mortos no genocídio. Segundo produto agrícola mais exportado pelo país, o café se desenvolveu com as mulheres liderando as fazendas, com aumento na produção e na qualidade do produto final.

Na educação, elas também estão vencendo. Com muitas instituições focadas especialmente em dar às meninas uma boa educação, os índices estão crescendo pelo país, que já tem mais meninas do que meninos terminando o segundo grau.

O trabalho das mulheres ruandesas, porém, está longe de terminar. O país ainda figura entre as economias mais pobres do mundo, e o índice de doenças como hepatite A, febre tifóide, diarreia, malária e dengue é muito alto. Por fim, mesmo no poder, as mulheres ainda são vítimas de violência doméstica. Só mesmo com investimentos em educação e saúde, as mulheres ruandesas vão conseguir fazer aquilo que os homens locais não conseguiram: levar o desenvolvimento econômico e social a Ruanda.

 

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