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Esterilizações forçadas na ditadura peruana

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A América Latina é uma região de solo rico para a agricultura e para o surgimento de ditadores. De tempos em tempos aparece um prometendo o milagre da salvação nacional, riqueza para os pobres ou mesmo a libertação das forças opressoras do imperialismo capitalista norte-americano ou do comunismo soviético-cubano-chinês. Exemplos não faltam por aí, seja na Argentina, no Chile, no Brasil ou, mais recentemente, na Venezuela, na Bolívia e no Equador.
 
Com o Peru não seria diferente. Após se eleger em 1990, Alberto Fujimori se tornou ditador para, segundo ele, lutar contra os rebeldes que espalhavam a violência no país e contra a hiperinflação que corroia os salários. Dentre as medidas que Fujimori tomou naquele período, uma foi, e ainda é, bastante polêmica e assustadora. Com uma política de controle demográfico orientada aos mais pobres, o governo de Fujimori é acusado de ter pressionado os médicos do país a cumprir uma cota de esterilizações. Nessa política, muitas famílias teriam sido submetidas a esse tipo de violência, sob risco de perder os benefícios dados pelo estado.
 
A polêmica da esterilização forçada no Peru voltou à tona mais uma vez nas últimas eleições no país, quando a filha de Fujimori, Keiko, foi atacada pelo seu adversário, Ollanta Humala. Além de derrubar Keiko e conduzir Humala ao poder, as acusações levaram a promotoria peruana a declarar que comprovara a violação dos direitos humanos em relação às esterilizações e a denunciar um grupo de médicos. Entretanto, apesar das mais de duas mil mulheres esterilizadas sem consentimento, a própria promotoria concluiu, no início de 2014, que não havia indícios de uma política pública de esterilização e eximiu o governo da época de qualquer culpa, arquivando definitivamente o caso.
 
As promessas dos políticos latino-americanos

Esse é mais um caso de impunidade relacionado aos políticos latino-americanos e aos períodos de ditadura que assolaram, e ainda assolam, a região. Até hoje, crimes políticos cometidos no Chile, no Brasil e na Argentina ainda não têm explicação, nem mesmo culpados, situação que se repete na Venezuela, na Bolívia e no Equador. A justificativa é sempre a falta de provas ou, até mesmo, o medo de remexer o passado e trazer à tona mais acusações.
 
E esse tipo de situação está longe de desaparecer da América Latina. Assim como seus pares, Fujimori chegou ao poder com a promessa de milagre econômico e social. Com o país assolado por uma hiperinflação na década de 90, o filho de imigrantes japoneses botou em prática uma política liberal comum na época, privatizou estatais, retirou subsídios e reduziu o papel do estado na economia. A tática de Fujimori trouxe aperto para a população, sobretudo a mais pobre, mas serviu como base para um crescimento mais sustentável da economia peruana.
 

Só que a febre do poder tomou conta de Alberto Fujimori. Alegando que o Congresso e o Senado peruanos estavam contribuindo com os grupos rebeldes que assustavam o país, Fujimori, com o apoio dos militares, decidiu dissolver as duas câmaras. E, assim, teve caminho aberto para uma série de medidas polêmicas, como a política de esterilização da qual é acusado.



Casos como o de Fujimori são mais uma prova de que não existe milagre quando se trata de economia e mudanças sociais. Enquanto o povo ficar a espera de um messias para resolver, de imediato, os seus problemas, os políticos ditadores continuarão a existir. Só planejamento, educação e trabalho, todos a longo prazo, resolvem os problemas de um país.

 

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