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Coreia do Norte: Kim Jong-nam x Kim Jong-um

Por Debora Rodrigues Barbosa
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Em fevereiro de 2017, o mundo foi surpreendido com o assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão de Kim Jong-um, atual chefe de governo da Coreia do Norte. As circunstâncias do crime, cometido no aeroporto de Kuala Lampur, Malásia, por envenenamento, fazem o episódio parecer uma cena de cinema.

 

A Coreia do Norte é talvez o país mais fechado do mundo. Dominado por um governo ditatorial, sob intensa censura, o país geralmente só aparece no noticiário quando o próprio governo divulga notícias de êxitos alcançados.

 

Geopoliticamente, a Coreia do Norte tem grande significado, pois sua localização entre Rússia, China, Coreia do Sul e Japão a coloca no centro geográfico das relações de poder político e econômico da Ásia. Tem fortes raízes socialistas e é uma das nações mais pobres, com grandes dificuldades de alimentar sua população.

 

É sempre bom lembrar-se de que a Guerra da Coreia (entre as Coreias do Norte e Sul) nunca terminou (não há um tratado de paz) e a fronteira entre elas é muito vigiada.

 

A Coreia do Norte possui uma das maiores forças militares do mundo. O país começou a desafiar a comunidade internacional em 1993, após proibir a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em seu território.

 

Em 2003, anunciou sua saída do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e a reativação de suas usinas. No mesmo ano, o governo norte-coreano avisou aos americanos que possuía armas nucleares. Kim Il-sung foi o primeiro a fazer testes nucleares, em 2006, demonstrando, ao mundo, a capacidade de fazer ogivas nucleares no país. Nos últimos anos, tem feito testes nucleares, com mísseis de longo alcance, provocando protestos internacionais.

 

Teme-se que a Coreia do Norte comece a vender armamento nuclear a grupos terroristas. Suas armas podem não ser muito boas, mas bombas ruins podem ser mais perigosas que as de qualidade.

 

Na Coreia do Norte, não há democracia. Desde a sua fundação, em 1948, o país tem a sua liderança passada de pai para filho. Primeiro foi Kim Il-sung, dominado pelas ideias marxistas da União Soviética e que, ao morrer, em 1972, deixou o poder para o seu filho, Kim Jong-il, o qual governou o país até sua própria morte, em 2011.

 

Após a morte de Kim Jong-il seu filho mais novo, Kim Jong-un foi apresentado como "Grande Sucessor" pela televisão estatal norte-coreana. Anteriormente outro filho, mais velho, Kim Jong-nam havia sido considerado o herdeiro sucessor de seu pai e o próximo líder da Coreia do Norte.

 

Eles são filhos de mães diferentes. O mais velho estudou na Suíça e na Rússia, falava inglês e francês, e levava um estilo de vida bem distante do socialismo, frequentando boates e gastando muito. Já o mais novo, embora tenha estudado na Suíça, renunciou às influências ocidentais quando regressou.

 

Com fortes interesses na economia de consumo capitalista, Jong-un foi flagrado tentando entrar no Japão, com um passaporte falso da República Dominicana, no início dos anos dois mil, a pretexto de visitar a Disney World japonesa. Seu nome foi riscado da linha de sucessão do chefe supremo e desde então dividia seu tempo entre a China e Malásia, onde viveu um “exílio dourado”. Mas vinha defendendo mais liberdade política e o fim do sistema dinástico implantado em seu país.

 

As agências de inteligência ocidentais descobriram que seu irmão mais novo jurou a sua morte e Kim Jong-nam sofreu diversos atentados. O último deu certo, quando uma mulher borrifou um provável veneno, em seu rosto, causando a sua morte.

 

Até agora o governo da Malásia, cuja polícia está investigando a morte, ainda não deu respostas conclusivas. Certamente o irmão é o maior suspeito, embora o governo da Coreia do Norte afirme que tudo são especulações.

 

A China, mais importante aliada da Coreia do Norte, também ainda não se pronunciou, embora muitos digam que ela via Kim Jong-nam como potencial líder caso o governo da Coreia do Norte entrasse em colapso.

 

Vamos aguardar os desdobramentos....

 

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