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A tragédia de Mariana

Por Debora Rodrigues Barbosa
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No início de novembro de 2015, as barragens Fundão e Santarém, da mineradora Samarco, romperam-se na cidade de Mariana (MG) e liberaram 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos, no rio Gualaxo, tributário do rio Doce, que escorreram vale abaixo, atingindo o distrito de Bento Rodrigues que praticamente desapareceu.

 

 

 

 

 

 

 

Para funcionar, a mineradora precisa de licença ambiental do governo do estado. Em 2013, quando a Samarco solicitou a renovação de sua licença, o Ministério Público disse que poderia ocorrer o rompimento das barragens e solicitou estudos específicos. A empresa entendeu que o problema não iria acontecer.

 

 

 

 

 

 

 

Mas, de quem é a culpa?

 

 

 

 

 

 

 

Na legislação ambiental, procura-se o responsável e não o culpado. A culpa do desastre pode ser da própria natureza (chuva e tremores de terra), mas quem é responsável pelo empreendimento, quem deveria ter previsto os problemas de instabilidade tectônica, ou muitas chuvas é a mineradora.

 

 

 

 

 

 

 

E por essa responsabilidade a Samarco foi multada pelo IBAMA. As iniciativas para auxiliar a população, minimizar os impactos da lama no rio e no meio ambiente e recuperar os ecossistemas envolvidos devem ser levadas a cabo pela Samarco. O governo não tem que gastar um só real no processo de recuperação de habitações e meio ambiente. É a empresa que precisa reconstruir as casas e buscar solução imediata para abrigar as pessoas que perderam tudo.

 

 

 

 

 

 

 

O órgão ambiental mineiro também suspendeu a licença e a mineradora está impedida de extrair ou processar minério de ferro na mina de Germano, na região de Bento Rodrigues, em Mariana, enquanto o inquérito para averiguar o acidente não for bem esclarecido e as ações de recuperação não estiverem em andamento ou concluídas.

 

 

 

 

 

 

 

O prefeito de Mariana vive um dilema. A atividade mineradora gera para o município receitas que giram em torno de 4 a 5 milhões de reais por mês. Com a suspensão da atividade mineradora pela Samarco, a prefeitura calcula uma perda de 30% na arrecadação. Esse dinheiro é investido em vários setores da economia e com essa queda de receita, programas essenciais podem ser paralisados. O que faz o governo?

 

 

 

 

 

 

 

Outro problema diz respeito ao deslocamento dos rejeitos, em direção ao rio Doce e, posteriormente, até o mar, num trajeto de 500 quilômetros passando por cidades como Belo Oriente, Governador Valadares e Aimorés, em Minas Gerais e Baixo Guandu, Colatina e Linhares no Espírito Santo.

 

 

 

 

 

 

 

A lama está recobrindo todo o leito e preenchendo o seu fundo, nivelando variações de profundidade, formando novas margens, ilhas e barras de canal e pontal. As alterações na dinâmica hidrossedimentológica são importantes. Afinal, a vida estava adaptada à realidade de antes do rompimento da barragem.

 

 

 

 

 

 

 

Comumente, a atividade mineradora libera, na forma de rejeitos, um sedimento fino, que está sendo chamado de lama, cuja composição é rica em sílica, material ácido, além de metais pesados. Estudos já demonstraram que esse material das barragens apresenta níveis elevados de alumínio, ferro e manganês.

 

 

 

 

 

 

 

Quaisquer que sejam os contaminantes presentes nessa "maré de lama", é certo que atingirão os ecossistemas presentes nos rios, no fundo e nas margens, interferindo na cadeia alimentar. Afinal, como ficam todos os animais que se alimentam desses insumos, inclusive o homem?

 

 

 

 

 

 

 

No mar, esse material será acumulado nas costas marítimas, praias e manguezais. Os ovos de tartaruga do projeto Tamar, em vila de Regência, Linhares, no Espirito Santo, foram retirados da areia da praia, emergencialmente.

 

 

 

 

 

 

 

O desastre ecológico é incalculável. Em vez do Rio Doce teremos um rio amargo...

 

 

 

 

 

 

 

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