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A polêmica entre turcos e armênios

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A história da humanidade ainda é feita de muitas idas e vindas. Um exemplo disso é o holocausto, ou a perseguição e morte de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda que esteja marcado na memória da humanidade e seja relembrado de tempos em tempos, o holocausto não foi a última, nem a primeira das atrocidades cometidas pelo ser humano contra os seus semelhantes.

 

 

 

Quase duas décadas antes, ainda na Primeira Guerra Mundial, turcos e armênios protagonizaram aquele que é apontado como o primeiro grande crime contra a humanidade no século XX: o genocídio armênio. O seu início aconteceu em 1915, há exatos 100 anos, quando autoridades do então Império Otomano (atual Turquia) prenderam e mataram 200 intelectuais armênios em Constantinopla, atual Istambul. Desde então, os assassinatos de armênios por otomanos se tornou constante durante a guerra, chegando a cerca de 1,5 milhão de mortes entre 1915 e 1918.

 

 

 

Os assassinatos não chegaram a ter requintes de crueldade como os protagonizados pelos nazistas, mas a intenção dos otomanos não era diferente: exterminar os armênios, assim como Hitler tentou dizimar os judeus. Além das mortes, os armênios que viviam no Império Otomano sofreram com as desapropriações e foram forçados a deixar suas terras e seguir milhares de quilômetros pelo deserto até encontrar um abrigo na Síria. Lá, viviam à própria sorte sob o risco de serem mortos por tribos locais ou mesmo raptados.

 

 

 

Cem anos de negação

 

 

 

Ainda assim, os turcos insistem em dizer que não houve um plano de extermínio dos armênios, mas, um conflito civil entre turcos e armênios com mortes de ambos os lados. Entretanto, já existem comprovações de que o governo otomano teria orquestrado e autorizado o extermínio do povo armênio pelo apoio destes aos russos durante a guerra, o que teria sido considerado uma traição ao império.

 

 

 

Mesmo diante das evidências, os turcos passaram os últimos cem anos negando a existência do genocídio armênio. Afinal, os oficiais autores desse crime bárbaro são os mesmos responsáveis pela fundação da Turquia e considerados como heróis nacionais. Ou seja, para não manchar seus heróis, os turcos preferem dar as costas aos fatos, chegando a prender aqueles que têm a coragem de afirmar no país que houve genocídio contra os armênios.

 

 

 

O pior é que a política internacional vem fazendo com que outros países repitam o absurdo cometido pelos turcos, fingindo que não houve genocídio para não atrapalhar as relações com a Turquia. Estados Unidos, Reino Unido e o próprio Brasil são alguns dos países que ainda não reconheceram o genocídio contra os armênios. Por outro lado, 20 países, dentre eles o Vaticano, a França, a Rússia e a Alemanha já classificaram o massacre como genocídio. Os alemães, aliás, não apenas reconhecem, mas se dizem corresponsáveis pelo crime, já que eram aliados dos otomanos na guerra.

 

 

 

O fato é que de nada adianta os turcos continuarem negando o passado. Os crimes já foram cometidos, e esse passado segue cada vez mais presente na memória de um povo que foi massacrado. A construção de um futuro sólido para um país passa pelo olhar para o seu passado e pela análise dos erros cometidos. Sem isso, o país vai continuar às voltas com o seu passado sombrio, tendo que se esconder sempre que surge um pesadelo.

 

 

 

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