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A ética na ciência

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Uma pesquisa chinesa trouxe grande alvoroço na comunidade científica recentemente. Pela primeira vez na história, pesquisadores chineses afirmaram ter alterado o genoma de um embrião humano. O que poderia ser festejado como um importante passo rumo à cura de doenças até então graves, foi encarado com reservas por cientistas do mundo inteiro, preocupados com as consequências de um possível desenvolvimento na manipulação de genes humanos.

 

 

 

Esse tipo de interferência nos genes humanos é tema de um constante debate ético na comunidade científica. A preocupação de todos é que, até o momento, são desconhecidos os efeitos dessas técnicas, podendo levar a resultados imprevisíveis e que poderiam trazer problemas para o futuro da humanidade. Além disso, os cientistas se mostram temerosos com um possível desenvolvimento de uma corrida pela "fabricação de pessoas perfeitas", algo no qual os nazistas imprimiram esforços durante a II Guerra Mundial.

 

 

 

Aliás, o histórico de atrocidades cometidas pelos nazistas durante a guerra traz outra preocupação à comunidade internacional: a origem dos genes em estudo. Ao longo da década de 40, os nazistas mataram milhares de pessoas em sua busca pela raça perfeita, e o medo é de que algo parecido possa ser estimulado por algum ditador maluco pelo mundo. Felizmente, desta vez, os cientistas chineses garantiram ter usado embriões não viáveis, ou seja, que não teriam a possibilidade de nascer, oriundos de clínicas chinesas de fertilização.

 

 

 

De olho no futuro

 

 

 

O discurso ético teve impacto nas duas principais publicações científicas, Nature e Science, que recusaram o estudo realizado pela Universidade Sun-Yat sen. Além de negarem o espaço, as revistas ainda trouxeram a público a preocupação de diversos cientistas quanto à segurança e à ética na edição de embriões. Sem alternativa, os chineses recorreram a uma revista pouco conhecida, a "Protein & Cell", para publicar o seu estudo, que trata da alteração do gene relacionado à talassemia beta, doença hereditária que origina anemias graves e pode ser fatal.

 

 

 

O excesso de cuidados em relação ao tema não impede, porém, que diversos estudos de edição genética venham sendo conduzidos para o tratamento de doenças graves. A diferença desses estudos está no tipo de células utilizadas e no acompanhamento da comunidade internacional. No caso dos chineses, ninguém sabia da existência do trabalho, o que gera dúvidas em relação à transparência e à forma como foi conduzido. Além disso, os pesquisadores da Universidade Sun-Yat sen trabalharam com embriões, o que poderia fazer com que as alterações fossem transmitidas para futuras gerações.

 

 

 

Não há dúvidas de que o futuro da humanidade passa pelas mãos da ciência. O desenvolvimento científico é capaz de trazer técnicas e ferramentas que possam garantir uma vida mais saudável e longa para o ser humano. Entretanto, é tênue a linha que separa os cientistas bem intencionados dos cientistas loucos e é importante que a comunidade científica mantenha olhos bem abertos quando os estudos forem relacionados à modificação genética.

 

 

 

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