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A crise humanitária na República Democrática do Congo

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Estudos genéticos indicam que os humanos se originaram na África. Muitos grupos populacionais surgiram, evoluíram, diferenciaram-se e migraram para outros territórios, ao longo da história humana.

 

A Europa da História Moderna achava-se mais evoluída e precisava de novos espaços de ocupação. Com o argumento de que era importante levar o progresso e civilidade a outros povos, tomou a África e, através da Conferência de Berlim, em 1889, partilhou o seu território, entre as ricas nações ocidentais.

 

Durante o processo colonizador, muitas fronteiras foram definidas sem levar em consideração a identidade e tradição de cada tribo africana, confrontando, assim, etnias rivais dentro do continente. Vale lembrar que hoje a África tem mais de dois mil grupos etnolinguísticos. Na partilha, os europeus formaram novos países e colocaram, dentro dos limites estabelecidos, tribos inimigas. Até hoje, os conflitos são constantes na luta por parte do território em toda a África.

 

E na República Democrática do Congo (ex-Zaire) não foi diferente. Com a Conferência de Berlim, o território ficou sob a administração do governo belga, que desenvolveu um sistema de tomada dos recursos minerais de forma cruel e autoritária. Após a sua independência, o país foi alvo da política de rivalidade entre EUA e URSS, e a polaridade ideológica envolveu e intensificou as rivalidades tribais. A queda do Muro de Berlim não trouxe liberdade, mas sim uma ditadura militar e mais violência. Apenas em meados dos anos noventa do século XX é que o lugar encontrou um pouco de paz e estabilidade política. Mas, lembre-se: são mais de duzentos e cinquenta grupos étnicos disputando poder e riqueza.

 

Em 1994, a vizinha Ruanda passava por forte crise étnico-política, com os conflitos entre os povos hutus e tutsis. A chegada dos refugiados na República Democrática do Congo (não confunda com o país vizinho, a República do Congo), desestabilizou a região, habitada há mais de 200 anos pelos tutsis, inimigos históricos dos hutus.

 

A guerra civil e seus desdobramentos acabaram por envolver os países vizinhos, como Ruanda, Uganda, Zimbábue, Angola, sem contar as grandes potências ocidentais, todos interessados nas extensas reservas de diamantes ainda presentes no país. Estados Unidos e nações europeias só precisam dar apoio logístico, financeiro e bélico para as diferentes tribos inimigas, e aguardar pacientemente o conflito para se apropriarem das riquezas minerais do país.

 

O governo congolês e as diferentes milícias são acusados de uma série de graves violações de direitos humanos, como estupros em massa e o recrutamento de meninos-soldados.

 

São ações de rebeldes ugandeses, do Exército Nacional do Congo, das milícias apoiadas pelo governo de Ruanda, dentre outros, todos sedentos de riquezas congolesas e aproveitando a rivalidade entre hutus e tutsis.

 

O resultado? Milhões de pessoas são assassinadas anualmente, em mais de vinte anos de guerra civil. E o quanto dessa informação chega aos bilhões de pessoas desinteressadas em problemas africanos, ao redor do mundo?

 

Com guerra, não há estímulos à economia. Há, sim, aumento das taxas de transmissão e morte por AIDS e proliferação de doenças severas, como o ebola. A população, à mercê desse conflito, não tem emprego decente e vive sendo explorada pelos mineradores ilegais e tem parte de sua produção agrícola de subsistência recolhida pelos rebeldes e governos locais.

 

A situação é tão grave que a ONU declarou, em 2016, que a crise humanitária na República democrática do Congo permanecia como a mais longa e prolongada do continente africano.

 

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