O ano de 2023 foi crítico em relação ao aumento da temperatura global. As consequências como derretimento de geleiras, incêndios florestais, aumento da temperatura dos oceanos foram pontualmente registrados. Mas pouco se tem falado do impacto do calor recorde dos oceanos sobre a vida marinha, especialmente dos corais.

Desde fevereiro de 2023 cientistas acompanham uma nova onda de branqueamento de corais, a quarta já registrada até hoje, atingindo todos os oceanos. A última onda de branqueamento havia ocorrido entre os anos 2014 e 2016.

O branqueamento de corais ocorre quando se rompe uma relação de mutualismo entre os corais e as algas.

Corais são organismos marinhos que vivem em simbiose com algas unicelulares chamadas zooxantelas, que lhes fornecem nutrientes e contribuem para suas cores vibrantes. No entanto, o aumento da temperatura da água , devido às mudanças climáticas tem levado os corais a expulsarem essas algas, o que acaba  resultando em sua coloração branca, daí o termo "branqueamento".

Esse processo ocorre quando as condições ambientais se tornam extremas, como temperaturas elevadas e estresse causado pela poluição e acidificação dos oceanos. 

Biólogos que observam os recifes de corais registram que as formações embranquecidas apresentam sinais de decomposição.

O branqueamento de corais é uma séria ameaça à biodiversidade marinha, pois os corais desempenham um papel crucial nos ecossistemas costeiros, fornecendo habitat e proteção para uma variedade de espécies marinhas. O coral pode se recuperar do estresse térmico, mas isso leva anos.

Efeitos a médio e longo prazo
Além disso, o branqueamento de corais pode ter consequências econômicas significativas, especialmente em regiões onde o turismo depende dos recifes de coral para atrair visitantes. A perda dos recifes de coral também pode aumentar a vulnerabilidade das comunidades costeiras a eventos extremos, como tempestades e ondas de calor.

Para combater o branqueamento de corais, são necessárias medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global. Além disso, a proteção e a gestão sustentável dos recifes de coral são essenciais para aumentar sua resiliência aos impactos das mudanças climáticas.